Pecuarista mantém boi no pasto para atenuar baixa nos preços
O mercado de boi gordo teve uma semana de preços mais baixos ainda reflexo da Operação Carne Fraca. “A perspectiva é por nova queda das indicações no curto prazo, em um ambiente cercado de preocupação no mercado interno”, disse o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Segundo ele, os pecuaristas devem manter uma estratégia de retenção dos animais nas pastagens, uma tentativa de arrefecer as pressões de baixa sobre os preços do boi gordo. “A reposição ao longo da cadeia tende a permanecer lenta mesmo durante a primeira quinzena do mês, período que tradicionalmente conta com maior apelo ao consumo”.
A média de preços da arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização ficou assim na primeira semana de abril:
*São Paulo – R$ 140,27 a arroba, contra R$ 146,15 em março.
*Goiás – R$ 125,00, contra R$ 129,71 a arroba.
*Minas Gerais – R$ 132,00, contra R$ 137,95 a arroba.
*Mato Grosso do Sul – R$ 129,83, contra R$ 135,08 a arroba.
*Mato Grosso – R$ 122,83, contra R$ 126,90 a arroba.
Exportações
As exportações de carne bovina “in natura” do Brasil renderam US$ 403.6 milhões em março (23 dias úteis), com média diária de US$ 17.5 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 98.200 toneladas, com média diária de 4.300 toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.108,80.
Na comparação com fevereiro, houve perda de 3,1% no valor médio diário da exportação, baixa de 3% na quantidade média diária exportada e queda de 0,1% no preço médio.
Na comparação com março de 2016, houve perda de 6,1% no valor médio diário, baixa de 15,2% na quantidade média diária e valorização de 10,6% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Fonte: Fábio Rübenich/Agência Safras
Preços do frango recuam no Brasil, refletindo demanda
A avicultura de corte registrou preços em queda na primeira semana de abril e tende a seguir pressionada ao longo da primeira metade do mês, segundo a avaliação do analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias.
No mercado interno os principais frigoríficos do setor ainda adotam medidas para se precaver quanto a um eventual recuo na demanda, adotando medidas como a redução dos níveis de produção, de modo a adequar a oferta ao potencial de demanda. “Algumas unidades permanecem em férias coletivas e a situação tende a retornar a normalidade apenas no médio prazo”, disse.
No atacado e na distribuição os preços tiveram algumas alterações ao longo da semana. Para os produtos congelados, o quilo do peito na distribuição caiu de R$ 4,55 para R$ 4,45, o quilo da coxa seguiu em R$ 3,50 e o quilo da asa permaneceu em R$ 6,50. No atacado, o quilo do peito seguiu em R$ 4,40, o quilo da coxa em R$ 3,40 e o quilo da asa em R$ 6,30.
Nos cortes resfriados, Iglesias afirma que os preços tiveram poucas modificações. O preço do quilo peito na distribuição caiu de R$ 4,70 para R$ 4,60, o quilo da coxa seguiu em R$ 3,50 e o quilo da asa em R$ 6,50. No atacado, o preço do quilo do peito continuou em R$ 4,50, o quilo da coxa em R$ 3,40 e o quilo da asa em R$ 6,40.
Iglesias afirma que apesar dos volumes de exportações terem ficado em bons níveis em março, apesar da queda ante o mesmo mês em 2016, por conta da Operação Carne Fraca, o setor segue avaliando os efeitos em termos de credibilidade, o que ainda pode causar sobressaltos nos volumes de embarques.
Levantamentos feitos pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que os embarques totais de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura, embutidos e outros processados) decresceram 4,1% em março na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 386.400 toneladas contra 402.900 toneladas em 2016.
Em receita, houve crescimento de 13,6% em março na comparação com o mesmo período do ano passado, com total de US$ 661.3 milhões neste ano contra US$ 582.1 milhões no ano anterior.
No acumulado do ano, os resultados seguem positivos, com altas de 3,8% nos volumes embarcados neste primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior com 1.079 milhão de toneladas e de 22,8% em receita com US$ 1.829 bilhão.
O levantamento realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que em Minas Gerais a cotação do quilo vivo recuou de R$ 2,55 para R$ 2,50 ao longo da semana. Em São Paulo o quilo vivo caiu de R$ 2,55 para R$ 2,50.
Na integração catarinense a cotação do frango retrocedeu de R$ 2,35 para R$ 2,30. No oeste do Paraná o preço baixou de R$ 2,30 para R$ 2,25. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo teve queda de R$ 2,40 para R$ 2,35.
No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango passou de R$ 2,45 para R$ 2,40. Em Goiás o quilo vivo também teve desvalorização de R$ 2,50 para R$ 2,45. No Distrito Federal o quilo vivo caiu de R$ 2,55 para R$ 2,50.
Em Pernambuco, o quilo vivo seguiu em R$ 3,70. No Ceará a cotação do quilo vivo continuou em R$ 3,70 e, no Pará, o quilo vivo permaneceu em R$ 3,80.
Fonte: Arno Baasch/Agência Safras
Fraca demanda volta a derrubar preço do suíno no Brasil
O mercado brasileiro de carne suína registrou desvalorização nas cotações na primeira semana de abril. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, a demanda segue enfraquecida e, com isso, os frigoríficos seguem tentando evitar uma grande formação de estoques. “Por conta dos desdobramentos da Operação Carne Fraca o mercado segue muito especulado e sem grandes espaços para uma recuperação”, disse.
Maia ressalta que a entrada da massa salarial nos próximos dias é uma variável que pode frear o movimento de queda nas cotações, embora o quadro permaneça bastante negativo diante da lentidão apresentada no ambiente de negócios nos últimos dias.
O levantamento de Safras & Mercado indicou que a média de preços pagos pelo suíno vivo na Região Centro-Sul chegou a R$ 3,62, 3,29% abaixo dos R$ 3,74 praticados na semana passada. A média de preços pagos pelos cortes de pernil ficou em R$ 7,29, retração de 0,79% em relação ao valor da semana anterior, de R$ 7,35. A carcaça teve um preço médio de R$ 6,36, baixa de 2,40% contra o preço praticado no início do mês, de R$ 6,51.
Maia sinaliza que o mercado segue atento aos dados de exportação, já que um alto fluxo é essencial para a formação dos preços internos. A queda registrada para os embarques in natura pode ser atribuída aos efeitos da Operação Carne Fraca.
Segundo levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal, as exportações de carne suína in natura tiveram retração de 3,4% no desempenho do setor em março em relação ao terceiro mês de 2016, com total de 54,8 mil toneladas (contra 56.700 toneladas no ano passado). Já em receita, houve crescimento de 39,5%, com US$ 138.3 milhões neste ano (frente a US$ 99.1 milhões no ano anterior).
No saldo total do primeiro trimestre, as exportações de carne suína in natura atingiram elevação de 9,9% na comparação com os três primeiros meses do ano anterior, chegando a 153.400 toneladas em 2017. Em receita, a alta chega a 47,9%, totalizando US$ 365.5 milhões neste ano.
A análise de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo ficou em R$ 74,00, abaixo dos R$ 78,00 praticados na semana passada. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 3,27. No interior a cotação passou 3,70 para R$ 3,65. Em Santa Catarina o preço do quilo continuou em R$ 3,45 na integração. No interior catarinense, a cotação retrocedeu de R$ 3,75 para R$ 3,69. No Paraná o quilo vivo retrocedeu de R$ 4,00 para R$ 3,75 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo caiu de R$ 3,67 para R$ 3,50.
No Mato Grosso do Sul a cotação na integração recuou de R$ 3,20 para R$ 3,10, enquanto em Campo Grande o preço baixou de R$ 3,55 para R$ 3,40. Em Goiânia, o preço passou de R$ 4,00 para R$ 3,70. No interior de Minas Gerais o quilo baixou de R$ 3,80 para R$ 3,60 e, no mercado independente mineiro, de R$ 4,00 para R$ 3,80. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis seguiu em R$ 3,55. Já na integração do estado a cotação continuou em R$ 3,30.
Fonte: Arno Baasch/Agência Safras