A safra gaúcha de uva deverá atingir 600.000 toneladas para processamento industrial em 2018, queda de 20,3% se comparada ao recorde de 753.000 toneladas registrada no ano passado, estima o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
O Rio Grande do Sul é responsável por 85% da produção brasileira de uvas e vinhos e deu início à colheita na segunda quinzena de dezembro, duas semanas antes do habitual. Em nota, o Ibravin explica que “as condições climáticas e o manejo adequado realizado ao longo dos meses estão proporcionando às uvas boa qualidade e níveis altos de graduação de açúcar”, o que deve garantir a qualidade das bebidas produzidas a partir das uvas colhidas nesta safra.
“Devido às regularidades das chuvas e às uvas estarem amadurecendo com clima mais seco, vamos ter uma excelente qualidade”, disse o Presidente do Ibravin e da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho/RS), Oscar Ló.
Conforme o instituto, as variedades Bordô, Niágara, Violeta, Concord, Pinot Noir e Chardonnay foram as primeiras a serem colhidas no Estado. Neste mês, as vinícolas estão recebendo também as uvas Merlot, Riesling Itálico e Glera, e em fevereiro e março será a vez das Cabernet Sauvignon e Franc, Tannat, Moscato Branco, Isabel e Trebbiano.
Em relatório, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS) projetou a produção de 720.000 toneladas, incluindo a uva para processamento e consumo in natura. Segundo o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Enio Ângelo Todeschini, 2017 registrou apenas 188 horas de frio abaixo de 7,2ºC em Bento Gonçalves, abaixo da média histórica de 410 horas. “Além disso, a alta produção de frutas na safra passada impôs um consumo de nutrientes além do potencial de reposição da planta, deixando-a exaurida para o ciclo seguinte”, disse.
Fonte: DCI – Diário do Comércio & Indústria