Safra de uva 2017 é recorde no Rio Grande do Sul

Os 750.612.622 quilos de uva que ingressaram nas vinícolas gaúchas em 2017 totalizam a maior safra a ser processada no estado. O volume é 5,8% maior que o volume registrado em 2011, último recorde registrado, com 709.6 milhões de quilos. Desse total, 89,6% foram de uvas americanas e híbridas e 10,4%, de uvas vitis viníferas.

Nesse ano, 418 vinícolas distribuídas em 68 cidades declararam processamento da matéria-prima, cultivada em 136 diferentes municípios. Os dados foram divulgados na tarde desta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi-RS), em coletiva no Palácio Piratini, com a presença do governador José Ivo Sartori e do secretário Ernani Polo.

O governador José Ivo Sartori comemorou o resultado de “um setor que contribui de forma considerável para o desenvolvimento estadual” com tecnologias e qualidade de produção. “São números relevantes, que estimulam nosso trabalho para que o Rio Grande do Sul seja moderno, sustentável, parceiro e eficiente”, disse.

“Estes números recordes são excelentes para a produção de vinhos, sucos e espumantes de grande qualidade e também pela recuperação do setor, que agregou mais vinícolas a todo o processo, gerando mais emprego e renda. Este levantamento também foi possível devido a parceria do Ibravin com a Seapi na viabilização do Cadastro Vinícola, que reúne dados da produção no estado, o que permite um mapeamento da produção, servindo como balizador para a elaboração e aperfeiçoamento das políticas públicas para a vitivinicultura do Rio Grande do Sul”, disse o secretário Ernani Polo.

“Fomos surpreendidos com o volume final da safra, principalmente em virtude da quebra histórica registrada no ano passado, de 57%. Mas a situação se inverteu esse ano porque a produção de uvas é bastante sensível ao clima e, durante o ciclo vegetativo dessa safra, as condições climáticas foram muito favoráveis” disse o presidente do Ibravin, Dirceu Scottá.

O bom tempo também colaborou para a qualidade da matéria-prima. “Apesar de não ter sido igual em todas as regiões, de uma forma geral, a sanidade estava excelente, as variedades de colheita mais tardia foram bastante favorecidas e as regiões vitícolas mais altas tiveram condições excepcionais. As vinícolas terão rótulos muito bons à disposição do consumidor”, disse o dirigente.

Além do clima propício, o setor observou que, nos últimos anos, apesar de não haver um aumento significativo da área plantada no estado, algumas cultivares foram substituídas por outras mais produtivas, entre elas a Bordô e as desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho, como a Lorena e a Isabel precoce. O aumento de volume mais significativo foi observado principalmente entre os pequenos produtores. Metade da safra deverá ser destinada para os vinhos tranquilos e espumantes e a outra metade para os sucos e derivados.

“O volume processado em 2017 ajudará o setor a equalizar os estoques de passagem, principalmente para os vinhos de mesa e sucos 100%, que no ano passado ficaram abaixo do montante considerado ideal. A projeção é de iniciar 2018 com 281.3 milhões de litros, contra 127.7 milhões registrados em 1º de janeiro desse ano”, disse o vice-presidente do Ibravin e presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho/RS), Oscar Ló.

A comercialização de vinhos e espumantes nacionais recuou 14% no primeiro quadrimestre do ano em relação ao mesmo período de 2016. A retração desacelerou em abril, pois no primeiro trimestre a queda registrada pelo setor, em litros, era de 20%. Os rótulos brasileiros (vinhos de mesa, finos e espumantes) representam 60% do total consumido no país. A comercialização dos sucos de uva 100%, por sua vez, está 6,4% abaixo do mesmo quadrimestre de 2016.

 

Fonte: Secretaria da Agricultura do Rio Grande de Sul

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp