Safra de laranja 2019/20 em São Paulo e Minas totaliza 386.79 milhões de caixas

A safra de laranja 2019/20 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro foi finalizada com saldo de 386.79 milhões de caixas de 40,8 kg, segundo a Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do Fundecitrus.

O volume registra uma redução de 0,54% em relação à primeira estimativa, de 388.89 milhões de caixas, divulgada em maio de 2019. Esta safra foi 35,30% maior do que a anterior (2018/19), o que evidencia o ciclo bienal de produção das laranjeiras, ou seja, safras maiores alternadas com safras menores.

“Nos últimos 30 anos, tivemos apenas quatro safras maiores do que essa, mas nessa que se encerra, a produtividade por hectare atingiu um patamar inédito”, disse o coordenador da PES, Vinícius Trombin. A produtividade observada foi de 1.045 caixas por hectare, uma diminuição de seis caixas por hectare em relação à projeção inicial, mas, ainda assim, um recorde.

Segundo o gerente geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, esse marco foi possível graças a uma convergência de fatores. “De um lado, produtores, que nas últimas décadas renovaram pomares adotando níveis tecnológicos mais elevados e ofereceram tratos culturais adequados, e do outro, a natureza, que, por meio do clima, possibilitou que as plantas atingissem o ápice do potencial produtivo em termos de frutos por árvore”, disse.

A produção total de laranjas nesta safra incluiu 76.27 milhões de caixas das variedades Hamlin, Westin e Rubi; 19.83 milhões de caixas das variedades Valência Americana, Seleta e Pineapple; 118.29 milhões de caixas de Pera Rio; 125.81 milhões de caixas de Valência e Valência Folha Murcha, e 46.59 milhões de caixas de Natal. Cerca de 27 milhões de caixas foram produzidas no Triângulo Mineiro.

Clima favorável

Condições climáticas ideais foram observadas durante o inverno e a primavera de 2018, permitindo excelente florescimento e favoreceram o bom pegamento de flores e fixação de frutos jovens, culminando em elevado número de frutos por árvore e homogeneização da produção, com cerca de 94% dos frutos concentrados em primeira e segunda floradas.

Na fase de enchimento e colheita das laranjas, de maio de 2019 a março de 2020, a precipitação acumulada atingiu 1.210 milímetros, 9% inferior à média histórica, de 1.332 milímetros (1981-2010), segundo dados da Somar Meteorologia.

A deficiência de chuvas foi mais acentuada no centro, sul e sudoeste do cinturão citrícola. No norte e noroeste, as precipitações atingiram volumes maiores. Com exceção das regiões do Triângulo Mineiro e São José do Rio Preto, todas as demais tiveram acumulados abaixo da média histórica.

De forma geral, a redução do volume de chuvas prejudicou o crescimento das laranjas, que apresentaram peso médio ainda menor do que o projetado em maio de 2019 – naquele momento, já havia indicadores de que o fruto seria pequeno devido, principalmente, à grande quantidade de frutos por árvore e à elevada proporção de laranjas de primeira e segunda florada.

O peso médio dos frutos foi de 156,3 gramas, enquanto a projeção inicial era de que atingiriam 157 gramas na colheita. As regiões com frutos menores tiveram menores índices de chuva em relação a suas médias históricas.

Greening, bicho-furão e mosca-das-frutas

A taxa média de queda de frutos do cinturão citrícola, acumulada desde o início da safra, foi de 17,63%, a mais alta já medida pelo Fundecitrus. As principais causas foram queda natural, atividades mecanizadas ou condições climáticas adversas (5,15%); greening (4,39%); bicho-furão e moscas-das-frutas (4,29%); pinta preta (2,12%); leprose (1,30%); e cancro cítrico (0,38%).

As maiores taxas de queda foram registradas nos setores sul e centro (veja no mapa abaixo), e as causas mais prováveis são as altas incidências de laranjeiras com sintomas de greening e a grande quantidade de árvores com elevada severidade da doença.

Segundo levantamento de doenças realizado em 2019 pelo Fundecitrus, o sul tem 36,96% das laranjeiras com greening, e o centro, 30,76%; nos demais setores, os índices foram muito mais baixos. A média, considerando todo o parque citrícola, é de 19,02%.

A PES é realizada pelo Fundecitrus com a cooperação da Markestrat, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP/USP) e Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV/Unesp). Acesse aqui  o relatório completo.

A estimativa da safra de laranja 2020/21 será divulgada em 11 de maio (segunda-feira), às 10h, pelo site do Fundecitrus.

 

Fundecitrus

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