Safra de feijão começa com preços em baixa

A colheita da primeira safra de verão de feijão, conhecida como ‘feijão das águas’, está começando nos próximos dias na região de Ivaiporã, no Paraná. Por enquanto, os preços de mercado não são os esperados pelos produtores, e a tendência é de queda para os próximos meses. Na regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), são 10.300 hectares plantados com uma produção que deve ficar em torno de 17.500 toneladas.

Segundo o engenheiro agrônomo responsável pelo Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, Sergio Carlos Empinotti, as primeiras áreas que serão colhidas estão mais concentradas na região de Cândido de Abreu. “Na época do início do plantio passávamos por uma longa estiagem de mais de 60 dias. Como havia previsão de chuvas no final de agosto, alguns produtores se arriscaram e plantaram”, disse.

As primeiras safras não estão promissoras. “Nesta primeira área que será colhida, que sofreu um longo período de seca, os produtores devem colher bem abaixo da média regional que é de 65 sacas por alqueire”, disse Empinotti. Já nas áreas plantadas durante o período chuvoso, que devem ser colhidas a partir do fim do mês, se o clima continuar colaborando, há melhores expectativas.

Segundo o cerealista Marcos Vicente Raizama, com o mercado abastecido pela produção na safra 2016/17, o produto teve queda nos preços. Nesta semana, em Ivaiporã, o feijão era comercializado em média à R$ 90,00 a saca (melhor tipo). Na opinião do cerealista, a tendência é que o mercado continue com os preços em baixa por conta da produção de São Paulo e do Centro-Oeste. Para ele, o mercado só vai reagir se o governo intervir no mercado comprando.

“Aí o mercado dá uma enxugada, não no feijão novo, mas nessa sobra de feijão mais fraco que está sendo comercializado a R$ 50,00, R$ 60,00, R$ 70,00, que não cobre nem o custo de produção. O produtor que vai colher agora, se anima a fazer um estoque, e segurar um pouco. Consequentemente teremos melhora no mercado”, disse Raizama.

Segundo ele, para que o governo entre no mercado e garanta os preços mínimos que atualmente estão na faixa de R$ 90,00, seria necessária a mobilização dos produtores. “Nos anos que o governo comprou foi sempre depois do carnaval. Como geralmente demora essa decisão de governo, tem de começar a se mobilizar agora”, disse.

Feijão carioca: Não escurece. Bom ou ruim? 

Bom ou ruim? Há quem tenha dúvida sobre as vantagens advindas do feijão que escurece mais lentamente. Se de um lado ele permite a estocagem, de outro alguns argumentam que o fato de os produtores guardarem o feijão pode implicar em prejuízo para o setor. Mas não será pelo contrário? Colher todos juntos e vender juntos não seria pior?

Quem colheu e guardou ou quem comprou de produtor tão logo ele colheu e guardou, não teria evitado que o feijão viesse para o mercado concentrado no momento da colheita? Essa é uma discussão que ainda vai se alongar. Porém, algo muito mais impactante neste momento é a observação de que, após 90 dias, mesmo sem mudar a cor, perde-se um pouco de sua característica para a produção de caldo.

Alguns empacotadores têm observado que algumas das variedades de escurecimento lento, até mesmo logo após a colheita, tem caldo “branco” demais. Seja como for, ainda não há consenso no mercado.

Há bons motivos para acreditar que, se não houvesse feijão de escurecimento lento em um ano como esse, os preços poderiam estar ainda mais baixos. Ontem foram poucos os relatos de negócios e os preços se mantiveram entre R$ 90,00 para Campos Gerais até R$ 110,00 para Dama no interior de São Paulo.

 

 

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Fontes:  Tn Online e Ibrafe

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