A hEDGEpoint divulgou relatório com a estimativa da produção brasileira de café 2023/24, que será colhida a partir de maio do ano que vem. A produção de arábica foi estimada em um intervalo entre 44.4 milhões e 46.4 milhões de sacas, com a média de 45.4 milhões de sacas.
Para o conilon (robusta), a estimativa varia entre um intervalo de 20.5 milhões e 22.5 milhões de sacas, com a média de 21.5 milhões de sacas. O total previsto de 66.9 milhões de sacas em 2023/24 corresponde a um aumento de 13,40% em relação ao estimado para o período 2022/23 (59 milhões de sacas), mas 8% abaixo do recorde de 2020/21 (72.6 milhões de sacas).
Segundo a hEDGEpoint, para o arábica, “ainda que os números mostrem uma recuperação em relação a 2022/23, a safra não é tão grande quanto se esperava inicialmente. Enquanto muitas áreas estão produzindo novamente após a poda, e a ocorrência de duas safras menores tenha gerado menos estresse produtivo, a recuperação do clima não foi suficiente para desencadear uma safra recorde”.
Com relação ao conilon, completou a consultoria, “a produção deve cair no Espírito Santo (maior produtor nacional), pois o estado mostra, a exemplo do que aconteceu com o arábica em 2022/23, que nem sempre uma florada excelente significa produtividade excelente, pois as flores secaram em diversas regiões, em vez de continuar o desenvolvimento em chumbinhos”.
Pequeno superávit
Considerando a média tanto para o arábica quanto para o conilon, e os demais países seguindo sua tendência de produção de 20 anos, “esperamos atualmente um pequeno superávit em 2023/24, de 3.74 milhões de sacas”, indicou a empresa.
O superávit também eleva ligeiramente a relação estoque/uso total em 2023/24, após dois anos de resultados fracos. “Apesar da recuperação da produção, a medida não deve aumentar como no passado por causa dos baixos estoques nas origens”, informou a consultoria.
Origens
Enquanto os destinos continuam relativamente bem abastecidos, as origens viram um esgotamento dos estoques, com impacto na métrica global.
“O pico aconteceu logo após a safra recorde brasileira em 2020/21, sem recuperação após problemas climáticos nas principais origens, explicou a hEDGEpoint. Para o restante do ciclo 2022/23, “esperamos que os estoques continuem em tendência de queda, refletindo o déficit de 2.17 milhões de sacas”.
Covid
A empresa disse ainda que, no final de novembro, os preços do café foram prejudicados por fatores macroeconômicos, nomeadamente as novas medidas contra o Covid-19 na China.
“Embora o país não seja uma das principais regiões consumidoras de café, as restrições à mobilidade chinesa podem ter um efeito cascata na economia global”, concluiu a consultoria.