As exportações totais de suco de laranja brasileiro (FCOJ Equivalente a 66º Brix) registraram um volume total de 1.071.946 toneladas nos doze meses da safra 2019/2020, de acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela CitrusBR. O número representa um aumento de 17% em relação à safra 2018/2019, quando foram embarcadas 920.029 toneladas.
Em faturamento, as vendas fecharam em US$ 1.751 bilhão, com crescimento de 3% em relação a receita de US$ 1.707 bilhão na safra anterior. Segundo o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, embora seja um dado positivo, a alta acontece em cima de uma base pequena. “Quando olhamos a base histórica, nós voltamos ao patamar registrado na safra 2015/2016”.
O avanço, acrescenta Netto, também se explica pela maior oferta de suco no mercado. O setor processou mais de 325 milhões de caixas, com um total 1.2 milhão de toneladas de suco na safra 2019/20, cerca de 37% a mais do que o no período anterior.
Entre os mercados, a Europa continua sendo o principal destino das exportações brasileiras de suco de laranja, com uma participação de 69,70%, seguida de EUA, com 16,30%, Japão 5,30% e China com 3,90%. Outros mercados correspondem a 4,90%.
Mercados
Para a Europa, os embarques de suco de laranja fecharam a safra 2019/2020 com volume total de 746.731 toneladas, 23% a mais que o volume embarcado na safra anterior, de 604.724 toneladas. O faturamento somou US$ 1.2 bilhão, 9% acima dos US$ 1.1 bilhão na safra passada.
Já em relação aos Estados Unidos, as exportações brasileiras recuaram 10% nos 12 meses do ano-safra, com volume de 174.652 toneladas contra as 193.683 toneladas no período anterior. Em termos de receitas, as vendas foram de US$ 276.6 milhões, com 19% de queda em comparação com os US$ 340.9 milhões da safra 2018/2019.
“Podemos notar que a tendência de queda, que marcou as exportações para os EUA, principalmente por conta dos altos estoques americanos de suco, teve uma leve desaceleração nos últimos meses da safra”, afirma Netto.
Relatórios do instituto Nielsen, que faz o acompanhamento das vendas de suco de laranja no mercado americano, apontam para a tendência de alta entre os meses de março e junho. No acumulado do ano, a alta, segundo essas pesquisas, é de 17%.
“Aumento de consumo é sempre uma boa notícia, mas no momento, olhando apenas os números, não é possível identificar reflexos para as exportações brasileiras por causa dos altos estoques dos EUA e seguidas safras grandes na Florida”, diz o diretor da CitrusBR.
Os embarques de suco de laranja para o Japão registraram aumento na safra 2019/2020, em relação ao mesmo período do ano anterior. Nesta temporada, foram exportadas para o país 56.642 toneladas, 21% a mais que na safra 2018/2019, com 46.990 toneladas. O faturamento cresceu 8%, com US$ 98.7 milhões contra US$ 91.5 milhões.
Já a China importou, na safra 2019/2020, o total de 41.279 toneladas, 26% a mais do que o registrado na safra 2018/2019, com embarques de 32.655 toneladas. No faturamento, houve queda de 9%, para US$ 57.9 milhões, contra os US$ 63.9 milhões faturados na safra anterior.
Segundo Netto, “o mercado chinês é bem sensível a preço e como houve uma desvalorização do suco devido à grande oferta de produto, isso pode explicar o incremento”.
Produtos
Quando se observa as exportações por produto, é possível verificar um recuo nos embarques de suco de laranja NFC (equivalente FCOJ a 66º Brix). O volume total exportado na safra 2019/2020 foi de 248.747 toneladas, com queda de 5,39% na comparação com as 262.916 toneladas exportadas na safra 2018/2019.
Esse resultado se deve, principalmente, à redução das exportações para os EUA. As vendas de suco NFC (equivalente FCOJ a 66º Brix) para o mercado americano caíram 24,20% para 79.514 toneladas em comparação com as 104.901 toneladas na safra passada.
Já em relação ao suco FCOJ, as vendas aumentaram 25,28%, totalizando 823.199 toneladas contra as 657.113 toneladas da safra anterior.
CitrusBR