Números divulgados na última quinta-feira (26) mostram a disposição e o fôlego dos produtores brasileiros para a safra 2017/2018. De acordo com dados do Relatório de Financiamento Agropecuário, de julho do ano passado a março deste ano, foram contratados R$ 101,92 bilhões de instituições financeiras. Este montante representa 9,2% de aumento em relação a igual período anterior.
O volume divulgado retrata o universo dos investimentos dos médios e grandes produtores do campo e representa 54,1% do total anunciado pelo Governo Federal para financiar a produção agrícola brasileira.
“Isso nos mostra que esses programas que resultam em aumentos de produtividade devem continuar como prioridade no Plano Safra 2018/19. Essas prioridades, aliás, foram confirmadas em inúmeras reuniões que realizamos com entidades do setor para discutir o futuro plano safra”, avalia o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wilson Vaz de Araújo.
Do total desembolsado, as instituições financeiras liberaram para operações de custeio, comercialização e industrialização R$ 80,5 bilhões e R$ 21,4 bilhões para investimentos. Estes valores representam acréscimos de 5,6% e 25,9%, respectivamente, com relação a igual período da safra anterior.
Já os desembolsos do crédito rural no período totalizaram R$ 70,3 bilhões para a atividade agrícola e R$ 31,5 bilhões para a pecuária.
Destaque para as LCAs
As contratações feitas pela fonte Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) tiveram desempenho de destaque: aumentaram 34,4%, atingindo R$ 15,6 bilhões. Desse montante, R$ 7,1 bilhões foram para operações de custeio, R$ 6,3 bilhões para comercialização, R$ 316 milhões para industrialização e R$ 1,8 bilhão para investimentos.
Entre as linhas de crédito de investimento operadas pelo BNDES e Banco do Brasil, foram destaque as aplicações no Moderfrota—que atingiram R$ 5,6 bilhões—, o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural–com desembolso de R$ 2,9 bilhões— e o Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), somando mais R$ 1,1 bilhão.
Desempenhos favoráveis também foram registrados no Inovagro (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária), com R$ 716 milhões e no PCA (Programa de Construção e Ampliação de Armazéns), R$ 538 milhões.
Para Araújo, “o levantamento mostra a disposição dos produtores em contrair financiamentos, sobretudo para investimentos em programas como o ABC, Inovagro e de Armazenagem”. Segundo ele, dois fatores contribuem para isso: a confiança do produtor rural e a excelente safra colhida no ano anterior.
Equipe SNA/Rio