Depois da China, a Rússia também irá limitar suas exportações de fertilizantes. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira pelo primeiro-ministro Mikhail Mishustin. A medida, tomada pelo presidente Vladimir Putin, valerá por pelo menos seis meses.
Foram determinadas cotas para as exportações de fertilizantes complexos em 5.35 milhões de toneladas e de nitrogenados em 5.9 milhões de toneladas. O objetivo da imposição dos limites é mitigar os efeitos das altas para os produtores rurais locais e da crise energética que é, praticamente, generalizada. As cotas começam a valer já em dezembro.
Assim, a Rússia confirma seguir os passos da China, que já vinha sinalizando sua restrição às exportações dos fertilizantes, também com o objetivo de proteger a produção local, e que veio dificultando as vendas externas nos últimos meses, com mais etapas de fiscalização dos produtos a serem exportados.
Em todo o Hemisfério Norte os agricultores já mostram que o choque na oferta de insumos tem se tornado uma preocupação cada vez maior e mais grave, diante da alta descontrolada dos fertilizantes, mas, principalmente, frente à falta de produto.
Segundo a Bloomberg, grupos agrícolas franceses emitiram em outubro uma nota afirmando que os preços do nitrogênio triplicaram e que há riscos de escassez de produto.
Dependência brasileira
Para o Brasil, o impacto deve ser considerável, uma vez que boa parte dos fertilizantes importantes, especialmente o cloreto de potássio, vem da Rússia. De janeiro a setembro, segundo dados levantados pela Agrinvest Commodities, foram importadas 2.62 milhões de toneladas de KCl russo, ou seja, 29% do total que chegou aos portos nacionais.
“Além do KCl, o Brasil também possui uma grande dependência no nitrato de amônia, mais de 98% do volume importado é proveniente da Rússia. Por fim, dentre os nitrogenados, o volume de ureia ultrapassou 1.07 milhão de toneladas, ou ainda 20%”, disse o analista de fertilizantes, Jeferson Souza, da Agrinvest Commodities.
Das 3.6 milhões de toneladas de MAP (fosfato monoamônico) importadas pelo Brasil, 1.07 milhão de toneladas tiveram origem russa, ou seja, algo próximo a 30%, ainda segundo a consultoria.
Fonte: Notícias Agrícolas
Equipe SNA