Rondônia reduz área plantada com café em 54% e produtividade cresce 154% na última década

A produção total de cafés no Estado de Rondônia na safra 2018 foi calculada em 1.98 milhão de sacas de 60 kg, volume que corresponde a um incremento de 2,1% em relação à safra anterior. Contudo, a área de cultivo, estimada em 63.900 hectares, representa uma redução em torno de 14% em relação à área da safra passada e, mais que isso, demonstra uma produtividade média de 30,97 sacas por hectare – resultado superior em 18,6% em relação ao ano anterior.

Esse aumento expressivo da produtividade verificado nesta safra pode ser atribuído principalmente à renovação de lavouras antigas de Rondônia, as quais foram formadas basicamente com mudas de propagação seminal (multiplicadas a partir de sementes), e substituídas por materiais genéticos selecionados produzidos a partir de clones de alta produtividade.

Além disso, o emprego de boas tecnologias, manejo adequado da cultura e, óbvio, condições climáticas mais favoráveis ocorridas, desde a florada até a fase de maturação dos frutos, também contribuíram de maneira favorável para a performance positiva da safra.

Nesse contexto, a revista Cafés de Rondônia – edição nº 3/setembro de 2018, editada pela Embrapa Rondônia, a qual está disponível na íntegra no Observatório do Café, traz como destaque matérias e artigos que retratam essas transformações positivas, ora em curso na cafeicultura do estado, que têm colocado o café do estado em evidência nos cenários nacional e internacional.

Outro ponto positivo destacado pela revista é que, a propósito de ter ocorrido redução na área plantada em torno de 54%, nos últimos dez anos, a produtividade cresceu quase 154% devido à adoção de novas tecnologias nas lavouras.

Além disso, a publicação também demonstra que existe grande potencial na região amazônica para a produção de robustas finos e cafés especiais com aromas e sabores diferenciados. Estes são atributos positivos ainda pouco explorados e conhecidos pelos produtores locais, e que já foram detectados por degustadores, como sabores que lembram manga, combinações de pimentas e doçura de maçãs vermelhas.

Assim, Rondônia começa a colher os frutos de um processo de modernização constante da cafeicultura verificado nos últimos 20 anos, resultado do esforço conjugado de produtores, instituições de pesquisa, extensão rural e ações governamentais complementares.

Além disso, a reportagem de capa da revista Cafés de Rondônia traz um trabalho inédito da cafeicultura na região, o qual está sendo realizado com os indígenas das Terras do Rio Branco, em Alta Floresta d’Oeste, que apostam na produção de robustas finos como oportunidade para a melhoria da qualidade de vida deles.

Os resultados já estão sendo colhidos, pois o produtor indígena Valdir Aruá foi o segundo colocado no Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia 2018 (Concafé), promovido pela Emater-RO e parceiros.

A publicação destaca ainda que os estados da Amazônia, do sul-ocidental, incluindo Rondônia, Acre e porção sul do Amazonas, apresentam terras com potenciais e também limitações diferenciadas para o cultivo do café, mas que podem ser sanadas com a aplicação de tecnologias apropriadas.

Assim, a grande variabilidade de solos e potencial agrícola de terras exigem soluções tecnológicas distintas a serem adotadas para proporcionar condições adequadas ao desenvolvimento da cafeicultura. Nesse caso, as terras aptas ao cultivo do café incluem as que têm solos profundos bem drenados, com boa capacidade de armazenamento de água, e situados em locais de relevo de baixa a média declividade, o que também facilita a mecanização.

 

Fonte: Embrapa

 

 

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