Durante o 14º Congresso de Agribusiness da Sociedade Nacional da Agricultura, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, presidente da Academia Nacional de Agricultura, mantida pela SNA, reforçou sua proposta de criação de um grupo internacional de nações produtoras (GP) de alimentos que se dedicaria a promover a segurança alimentar mundial nos próximos anos. “A ideia é que países com características semelhantes às do Brasil, desde a capacidade de produção, passando por clima até chegar à tecnologia, se unam para, entre outros fins, criar um modelo de abastecimento”, explicou. “Os estoques seriam mantidos pelos próprios países do GP e não seriam usados para resolver problemas nos preços, mas para garantir a segurança alimentar”, destacou Rodrigues, que também é embaixador especial da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) para o Cooperativismo.
A sugestão do ex-ministro é unir forças para que a proposta ganhe amplitude com a aproximação do ano eleitoral. “Hoje, temos um brasileiro na FAO e um na OMC (o presidente do órgão, Roberto Azevedo). A SNA, por meio da Academia Nacional da Agricultura, vai reforçar a proposta e convocar a todos para que a levemos adiante”, informou. “Vamos aproveitar o ano eleitoral e eleger representantes que possam criar uma estratégia clara (para o desenvolvimento do agronegócio), que se comprometam com o aumento da produção, que direcionem mais renda à pesquisa e valorizem heróis como os agrônomos e os zootecnistas”, ressaltou Rodrigues.
O ex-ministro ainda destacou a expectativa do mundo em relação ao Brasil no sentido de que se torne o maior produtor de alimentos nas próximas décadas. “É a primeira vez que o mundo fala ‘por favor, produza 40% a mais de alimentos no futuro para que possamos produzir 20%’. E o chamamento do Brasil tem que ser assumido pelo país com grandeza.”
Durante seu pronunciamento na abertura do congresso, 7 de novembro, Rodrigues lembrou da época em que o Brasil tinha uma inflação estratosférica e passava por um choque na agricultura, produzindo zonas de exclusão – caracterizadas pela quebra de mais de 150 mil produtores – e de competitividade. “Os produtores agrícolas que sobraram tiveram que buscar tecnologia e gestão. A inflação comia a eficiência do campo”, ressaltou o ex-ministro.
Rodrigues ainda criticou o atual papel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Esperamos que o Mapa não continue sendo moeda de troca… e barata!”
Equipe SNA/RJ