Roberto Rodrigues cobra política de longo prazo e critica Dilma

O presidente do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (GV Agro) e ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues voltou a cobrar ontem (7/05)  estratégias públicas de longo prazo para que a agricultura brasileira sustentável possa atingir seu potencial. Ele participa do 2º Seminário Internacional do Café, que ocorre até amanhã no Guarujá, litoral paulista.

Conforme Rodrigues, o Brasil aumentou a área plantada com grãos em 41% nos últimos 20 anos, enquanto a produção subiu 220%. “Ou seja, o País aumentou a produtividade por hectare”, disse. “Se tivéssemos a produtividade de 20 anos atrás, precisaríamos de mais 68 milhões de hectares para colhermos a safra deste ano. Ou seja, preservamos 68 milhões de hectares. Isso é sustentabilidade”, explicou.

Dilma

Ele acrescentou que a tecnologia permitiu ao Brasil ter uma produção sustentável, que tem ganhado mercado no mundo, “mas isso não é passagem para o céu”. Segundo ele, o País precisa fazer muito mais. E as coisas estão acontecendo. Ele citou o programa de agricultura de baixo carbono. Comentou, ainda, sobre a agroenergia, “que a presidente Dilma está destruindo de uma forma totalmente inexplicável, junto com a Petrobras”.

De acordo com o ex-ministro, o País tem outros caminhos que melhorarão a sustentabilidade, como a rastreabilidade e a certificação, “que é o que o mundo passará a exigir cada vez mais”. “Estamos bem, no entanto, para que esse horizonte se consolide, é preciso uma estratégia pública, que contemple logística, política de renda, política comercial adequada. Uma estratégia que permita ao Brasil dar um novo salto”, afirmou.

Para o ex-ministro, não será com planos de safra que o agronegócio evoluirá. “Precisamos de uma coisa mais estruturada. Plurianual, muito mais consistente do que temos hoje em dia.” Segundo ele, é ótimo que o crédito rural aumente. “Mas não é só isso. É preciso (o produtor) pagar. Atualmente, o quadro é favorável ao produtor, pois os preços estão relativamente bons, mas é uma situação eventual e não estrutural”, argumentou. Rodrigues reforçou que é “preciso o seguro rural estar funcionando adequadamente, políticas comerciais adequadas, enfim, estratégias de longo prazo”.

Fonte: Agência Estado

 

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