Representantes do agro pregam protagonismo do setor, em 15º Congresso da Abag

“Se quisermos demonstrar liderança e atingir o protagonismo, temos que atentar para a necessidade de comunicar com toda cadeia do agronegócio para que as novidades cheguem até o produtor”, diz Caio Carvalho, presidente da Abag e da Academia Nacional da Agricultura da SNA, na abertura do 15º Congresso da Abag. Foto: Gerardo Lazzari
“Se quisermos demonstrar liderança e atingir o protagonismo, temos que atentar para a necessidade de comunicar com toda cadeia do agronegócio para que as novidades cheguem até o produtor”, diz Caio Carvalho, presidente da Abag e da Academia Nacional da Agricultura da SNA, na abertura do 15º Congresso da Abag. Foto: Gerardo Lazzari

“Se quisermos demonstrar liderança e atingir o protagonismo, temos que atentar para a necessidade de comunicar com toda cadeia do agronegócio para que as novidades cheguem até o produtor, entender quais decisões devem ser tomadas e inovar para empreender e fortalecer o setor.” Esta afirmação foi proferida pelo presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e presidente da Academia Nacional da Agricultura, da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Luiz Carlos Correa Carvalho, Caio Carvalho, como é conhecido, em seu discurso durante abertura do 15º Congresso da Abag, realizado na segunda-feira, 8 de agosto, na capital paulista, com o tema Liderança e Protagonismo.

O presidente da Abag também ressaltou o domínio da tecnologia tropical, que proporcionou a expansão e o incremento em ganhos de produtividades pra o agronegócio. “Precisamos evidenciar essas ações, afinal, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), atualmente, o Brasil é o segundo maior exportador e deve assumir a liderança nos próximos anos. Porém, mais que isso, temos a obrigação de fazer essa cadeia produtiva ter voz ativa para tomar decisões que tornem o setor ainda mais forte e competitivo”, ressaltou.

“É preciso continuar a investir para transformar o setor – que antes vivia da importação e agora passou a ser exportador – em protagonista e construir o futuro do agronegócio”, observou o secretário da Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, que representou o governador Geraldo Alckmin na solenidade de abertura. Em sua opinião, para manter o agronegócio no protagonismo da economia nacional, é preciso investir em tecnologia e inovação para aumentar a produtividade com base na produção sustentável e na preservação da sanidade agropecuária.

Segundo Jardim, os acordos propostos e colocados em prática recentemente pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, acenam de maneira muito positiva para o desenvolvimento do setor. “O Brasil voltou a andar em direção ao progresso. Essas ações já têm contribuído para alavancar o agronegócio e a economia nacional”, acentuou.

 

Para o secretário de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, é preciso continuar a investir para transformar o setor em protagonista e construir o futuro do agronegócio. Foto: Gerardo Lazzari
Para o secretário de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, é preciso continuar a investir para transformar o setor em protagonista e construir o futuro do agronegócio. Foto: Gerardo Lazzari

GRANDEZA

“A dimensão do agronegócio deu grandeza ao Brasil, tanto que o país entrou em recessão, mas o agro não. Ao contrário, continuou crescendo, mesmo em patamares menores”, realçou o embaixador Marcos Azambuja, que debateu sobre o tema protagonismo do agronegócio.

Para Azambuja, o protagonismo demonstrado pelo setor tem até despertado ações protecionistas que tentam impedir a entrada dos produtos brasileiros nos mercados internacionais. “A agricultura e a pecuária brasileira cresceram muito em tecnologia e genética nos últimos anos”, destacou o embaixador que reconheceu a importância da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para esse desenvolvimento. “O gado brasileiro tem, hoje, mais tecnologia embarcada do que uma placa de aço, e a Embrapa é a verdadeira inventora de um Brasil que incentiva o desenvolvimento da agricultura”, prosseguiu.

 

“A dimensão do agronegócio deu grandeza ao Brasil, tanto que o país entrou em recessão, mas o agro não. Ao contrário, continuou crescendo, mesmo em patamares menores”, disse o embaixador Marcos Azambuja. Foto: Gerardo Lazzari
“A dimensão do agronegócio deu grandeza ao Brasil, tanto que o país entrou em recessão, mas o agro não. Ao contrário, continuou crescendo, mesmo em patamares menores”, disse o embaixador Marcos Azambuja. Foto: Gerardo Lazzari

Outro debatedor, o ex-ministro da Agricultura e coordenador do GVAgro da FGV, Roberto Rodrigues, membro da Academia Nacional da Agricultura, também destacou o trabalho da Embrapa e de pioneiros, como o ex-ministro Alysson Paulinelli, que transformaram a região do cerrado em campeã de produtividade de grãos. “Graças ao trabalho e à dedicação de vários engenheiros agrônomos, o cerrado tornou-se um celeiro do País”, pontuou.

 

Para o ex-ministro da Agricultura e membro da Academia Nacional de Agricultura da SNA Roberto Rodrigues, foi “Graças ao trabalho e à dedicação de vários engenheiros agrônomos, o cerrado tornou-se um celeiro do País”. Foto: Gerardo Lazzari
Para o ex-ministro da Agricultura e membro da Academia Nacional de Agricultura da SNA Roberto Rodrigues, foi “Graças ao trabalho e à dedicação de vários engenheiros agrônomos, o cerrado tornou-se um celeiro do País”. Foto: Gerardo Lazzari

Para o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Marcos Montes, o agronegócio está começando a mostrar a sua importância para o Brasil. “A gente percebe que o presidente em exercício Michel Temer vê o agronegócio como saída para o país”, disse. “Agora, é preciso trabalhar para fortalecer as entidades de classe e valorizar a cadeia produtiva, principalmente o produtor rural.

 

LIDERANÇA

Ao abordar o tema liderança, a senadora do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos (PP), disse que um exemplo a ser seguido nesse sentido é o do ministro da Agricultura Blairo Maggi. Segundo ela, o ministro, além de comprometido, sempre está em busca de novas opções para solucionar os gargalos do setor. “É a primeira vez que um ministro da Agricultura visitou uma lavoura de fumo no Rio Grande do Sul e pode ver a importância desse segmento para a economia do Estado. Isso demostra liderança”, ponderou Ana.

Na opinião do economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, mais que liderança, o que falta ao agronegócio brasileiro é um visão estratégica. “Para nos tornarmos, nos próximos dez anos, o maior player de produtos agrícolas do mundo, sem perda da qualidade do abastecimento local, temos que melhorar a infraestrutura de transporte e logística; resolver as questões tributárias e trabalhistas; pensarem termos de cadeia produtiva”, elencou algumas prioridades. “Dessa forma, entraremos firmes na pauta da agricultura de precisão.”

 

ÉTICA

O último painel do 15º Congresso da Abag trouxe para debate o tema ética e a sua aplicação no país. Nesse sentido, um dos palestrantes, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto destacou a importância da Constituição brasileira nas questões éticas.

 

Na visão do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, o desafio no Brasil é sair do melhor discurso para a melhor prática, encurtando a distância entre o que se prega e o que realmente é feito. Foto: Gerardo Lazzari
Na visão do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, o desafio no Brasil é sair do melhor discurso para a melhor prática, encurtando a distância entre o que se prega e o que realmente é feito. Foto: Gerardo Lazzari

“Entendo que o Brasil de nossos dias é exigente e fiel em relação ao cumprimento das normais constitucionais de conteúdo ético. É uma nova mentalidade coletiva que se forma em torno da plena necessidade da ética enquanto valor, princípio, que favorece todas as pessoas, indistintamente”, salientou Britto.

Segundo ele, essa consciência coletiva da ética como padrão elevado de conduta pública tem levado o Brasil a apresentar ganhos jurídicos e éticos importantes. “O desafio, no Brasil, é sair do melhor discurso para a melhor prática, encurtando a distância entre o que se prega e o que realmente é feito”, complementou.

 

HOMENAGENS

Durante o evento, a Abag homenageou, com o Prêmio Norman Borlaug, o engenheiro agrônomo Sizuo Matsuoka, geneticista e responsável pela maioria das variedades de cana em produção. Já o Prêmio Personalidade do Agro Ney Bittencourt de Araújo, foi entregue ao governador do Mato Grosso, Pedro Taques.

 

Por equipe SNA/SP

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