Regulamentação do uso da equoterapia na reabilitação de pessoas com deficiência garante mais segurança ao praticante

Foi aprovada neste mês de julho, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, proposta do Senado que regulamenta a prática da equoterapia como método de reabilitação de pessoas com deficiência. De acordo com o texto, que sofreu mudanças na Câmara e, por isso, retorna para análise do Senado, o uso da atividade ficará condicionado a parecer favorável em avaliação médica, psicológica e fisioterápica. Segunda a responsável e fundadora da Associação de Equoterapia Educacional Texas Ranch, em Itapecerica da Serra (SP), Elizabeth Melani, a aprovação garante mais segurança aos praticantes da atividade.

“A partir de agora as instituições que por ventura não estiverem de acordo com a regulamentação, deverão se adequar as novas normas estabelecidas na proposta”, diz.

Pela proposta é preciso ter instalações adequadas, salas para atendimento, banheiros adaptados, picadeiros, pistas, sendo uma coberta, rampas para acessibilidade dos praticantes cadeirantes ou não, materiais necessários como mantas, cilhões, selas e guias adaptadas para cada deficiência, além de cabrestos e materiais lúdicos, como argolas, bolas, letras e números, entre outros. Como explica Elizabeth, na atividade há mais de oito anos, além de tudo isso, é necessário principalmente disponibilizar cavalos totalmente treinados e dóceis.

“Assim, é possível proporcionar passos diferenciados na pista, conhecidos como movimentos tridimensionais. Só assim atingimos os objetivos da equoterapia e proporcionamos os ganhos necessários traçados para cada paciente”, ressalta.

Outro ponto importante da proposta é a equipe que deve acompanhar o desenvolvimento das atividades com os praticantes. Pelo novo regulamento a instituição deve ser composta por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar. A fundadora do Texas Ranch destaca que com a avaliação médica de cada paciente em mãos é possível avaliar quais profissionais serão necessários.

“Com o diagnóstico médico compomos uma equipe para trabalhar além dos problemas físicos motores, problemas psicológicos e distúrbios de aprendizagem, que requerem acompanhamento também de psicóloga e da psicopedagoga.”

Também fazem parte dependendo do diagnóstico do paciente, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e professores de educação física, que deverão possuir curso específico de equoterapia, reconhecido pela Associação Nacional de Equoterapia (ANDE Brasil). O médico veterinário também se faz necessário dentro da equipe para escolhas e avaliação de cada cavalo.

Este é um importante passo para que as pessoas reconheçam a atividade como profissionalismo e como uma ferramenta médica, menciona Elizabeth. “O nosso trabalho requer seriedade, profissionalismo e responsabilidade. Infelizmente ainda são poucas as pessoas que o veem com uma maneira de inclusão social, proporcionando uma melhor qualidade de vida no âmbito social e familiar e principalmente como tratamento médico para muitas patologias”.

PONTO POLÊMICO

A regulamentação foi aprovada parcialmente devido à retirada de uma parte do texto onde dava competência ao Conselho Regional de Medicina Veterinária para (CRMV), como autorizador do funcionamento dos centros de equoterapia. Pelo texto aprovado, a autorização será dada pela vigilância sanitária ou por laudo técnico emitido pela autoridade regional de medicina veterinária. A autorização deverá atestar as condições de higiene das instalações e a sanidade dos animais. Este é um ponto polêmico, como destaca a fundadora do Texas Ranch, Elisabeth, pois, em sua opinião, o CRMV deveria ser mantido no texto de regulamentação.

“O órgão é importante na avaliação de cada cavalo a ser utilizado para o processo de atendimento da Equoterapia, tanto na parte de saúde animal, como também na alimentação, indicando a proporção da quantidade que cada cavalo deve consumir nos horários determinados. Caberia a eles também apontar quais medicamentos e vacinas cada animal precisa, bem como modelo de ferraduras, etc. Enfim, com o novo texto aprovado pelo Senado, agora será feito pela vigilância sanitária”, completa Elizabeth.

O CENTRO

A Associação é especializada no tratamento destinado a pessoas portadoras de necessidades especiais e desenvolve suas atividades em Itapecerica da Serra-SP. Desde 2007, quando foi fundada, a instituição atua com o objetivo de proporcionar a melhora na qualidade de vida dos adeptos por meio do contato com os cavalos e a natureza. A atividade ajuda no desenvolvimento de crianças e adultos nas áreas de saúde e educação.

Atualmente são atendidos cerca de 70 pacientes por meio de convênios com as prefeituras dos municípios de Itapecerica da Serra (SP) e de Embu das Artes-SP. Conheça mais no site www.equoterapiatexasranch.com.br, pela página da entidade no Facebook ou ainda pelo telefone (11) 4667-9980.

Fonte: Texas Ranch

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