A colheita recorde desta safra 2020/21, a aquecida demanda da China e as cotações elevadas no mercado internacional continuam produzindo recordes na cadeia produtiva de soja do País, e esses recordes, a cada nova rodada de estimativas públicas e privadas, ficam mais expressivos.
Exemplo disso são as exportações do segmento, novamente revisadas ontem pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Segundo a entidade, os embarques de soja em grão deverão alcançar o recorde de 85.7 milhões de toneladas este ano, com aumentos de 0,10% na comparação com o número de maio, e de 3,30% em relação a 2020.
Como o preço médio anual das vendas da matéria-prima ao exterior está calculado pela Abiove em US$ 500,00 por tonelada, acima dos US$ 344,00 do ano passado, a receita das exportações em 2021 passou a ser estimada em US$ 42.9 bilhões, com um aumento anual de expressivos 50% e melhor resultado da série histórica.
Somando-se também farelo (US$ 7.6 bilhões) e óleo de soja (US$ 1.4 bilhão), os embarques do chamado complexo soja tendem a atingir US$ 51.9 bilhões este ano, 43,20% mais que em 2020, segundo a Abiove.
A associação trabalha em suas contas com uma colheita recorde de 137.5 milhões de toneladas nesta safra 2020/21, (quase 10 milhões a mais que em 2019/20), e reduziu a estimativa para o processamento do grão por causa da redução da mistura de biodiesel no diesel fóssil comercializado no país.
Também ontem, o Ministério da Agricultura elevou sua estimativa para o Valor Bruto da Produção (VBP) brasileira de soja em 2021 de R$ 353.3 bilhões para R$ 366.8 bilhões, um aumento de 31,90% em relação ao ano passado e maior montante da história.
Como no caso das exportações, a soja é o carro-chefe do VBP da agropecuária brasileira, que deverá totalizar R$ 1.1 trilhão este ano, segundo o Ministério.
Para o VBP das 21 lavouras que compõem o levantamento do ministério, a estimativa passou de R$ 741.2 milhões para R$ 765.4 milhões em 2021, um aumento de 15,80% em relação a 2020 (R$ 660.9 bilhões). Já para o conjunto das cinco principais cadeias da pecuária, a Pasta elevou sua estimativa para o VBP de R$ 335.1 bilhões para R$ 345.7 milhões, com aumento de 3,80% em relação a 2020 (R$ 333.1 bilhões).
Esse segmento é liderado pelos bovinos, cujo VBP deverá atingir R$ 153.9 bilhões este ano, 7,60% acima de 2020. Para o frango, a estimativa agora é de alta de 4,80%, para R$ 94.8 bilhões, e para os suínos a tendência é de queda de 3,80%, para R$ 30.4 bilhões.
Fonte: Valor