A balança comercial brasileira segue com intensa perda da força vinda do agronegócio. Essa queda se deve não só ao menor volume de exportação mas -e principalmente- à queda dos preços externos dos produtos.
Dos 16 principais itens do agronegócio listados pelo Ministério do Desenvolvimento no mês passado, apenas o algodão terminou abril com preço médio de negociação externa superior ao de igual mês do ano passado.
Em relação ao volume médio diário negociado no mês passado, apenas óleo de soja e algodão conseguiram superar o patamar de negociação de abril de 2014.
Os dados do ministério, no caso das carnes, referem-se ao produto “in natura”. O volume, quando contabilizado o industrializado, poderá ser maior do que o de 2014.
O café continua sendo um dos destaques da balança, mas já tem perdas no volume exportado e nos preços médios de negociações.
Mesmo assim, devido à forte queda nos demais itens do setor, as divisas recebidas com café pelo país no primeiro quadrimestre somaram 3,5% da balança comercial do período. Em 2014, o percentual era de apenas 2,3%.
Mas, olhando apenas no curto prazo, celulose, açúcar e carnes tiveram preços maiores nas exportações de abril em relação aos de março. Já o algodão perdeu.
Os produtos básicos, suporte da balança, já caem mais do que os manufaturados e os semimanufaturados.
Com a queda nos preços do minério de ferro e o período mais intenso das exportações da soja, o complexo soja se mantém líder na balança.
De janeiro a abril, as exportações do setor somaram 7,1 bilhões, 34% menos do que nos quatro primeiros meses do ano passado.
Além da perda nos preços médios, que recuaram 39% em abril em relação a igual mês de 2014, o volume de soja exportado no mês passado foi de 6,55 milhões de toneladas, 21% menos do que em igual mês de 2014.
A exportação de minério de ferro, ao recuar para US$ 5,0 bilhões no quadrimestre, caiu 45% ante igual período do ano passado. Já a de petróleo caiu para US$ 3,8 bilhões, 4% menos.
Fonte: Folha de S.Paulo
