A receita agrícola bruta das principais lavouras brasileiras deverá somar R$ 263,2 bilhões em 2013, conforme previsão divulgada pela GO Associados. Em relação à projeção de junho da consultoria, o novo número é 1,9% superior e representa um novo recorde histórico. Na comparação com o resultado estimado pela empresa para 2012 (R$ 244,3 bilhões), o aumento chega a 7,7%.
Como já apontaram levantamentos anteriores realizados pela própria GO, pelo Ministério da Agricultura e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o faturamento deste ano será novamente puxado pela soja. Carro-chefe do agronegócio nacional, a oleaginosa deverá gerar receita bruta de R$ 79,5 bilhões, 19,7% mais que em 2012.
Esse forte aumento é determinado sobretudo pela recuperação da colheita na safra 2012/13 após a quebra no Sul do país em 2011/12, provocada por uma severa estiagem. A GO estima a colheita em 2012/13 em 81,3 milhões de toneladas, 23,7% superior ao volume do ciclo anterior. Mas a consultoria confirma a tendência de queda dos preços do grão neste segundo semestre, em virtude da recomposição da oferta no Hemisfério Norte nesta temporada 2013/14, que já está em andamento.
Ainda entre os grãos, a GO passou a projetar a receita bruta do milho em R$ 36,6 bilhões neste ano, um aumento de 9,6% em relação a 2012. A produção do cereal em 2012/13 foi estimada pela consultoria em 78,2 milhões de toneladas, 9,7% mais que em 2011/12. Em seguida aparecem o arroz (R$ 9,2 bilhões), o feijão (R$ 8,6 bilhões), o trigo (R$ 3,9 bilhões) e o algodão (R$ 2,7 bilhões), o único produto deste grupo com previsão de queda de receita.
Entre as culturas perenes, o destaque é a cana. Para a cultura, a GO agora projeta receita bruta de R$ 49,9 bilhões em 2013, 12,1% superior a do ano passado, em parte graças a um aumento de 8% na produção nacional, prevista em 725 milhões de toneladas. Nesse tabuleiro os preços do açúcar continuam deprimidos e as usinas ampliaram as apostas no etanol, cujas exportações para os Estados Unidos estão particularmente aquecidas.
Para o café, cujas cotações internacionais seguem no mais baixo patamar em cerca de três anos, a GO Associados passou a projetar receita bruta de R$ 21,5 bilhões, 36% menos que em 2012 — ainda que a produção vá recuar apenas 600 mil toneladas (pouco para um ciclo de bienalidade negativa como o atual), para 5,5 milhões de toneladas. Para a laranja, a previsão também é de queda da receita (6,4%, para R$ 13,2 bilhões), enquanto para o fumo a projeção é de crescimento de 15,3%, para R$$ 6,8 bilhões.
Fonte: Valor Econômico