Reajustes nos pedágios influenciam fretes de soja e milho

No mês de setembro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou as concessionárias rodoviárias que administram os trechos da BR-163 a alterarem as tarifas cobradas nas praças de pedágios nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, trazendo reflexos nos preços de fretes para o agronegócio.

A agência reguladora permitiu uma redução de R$ 0,10 nas tarifas cobradas nas praças de pedágios da rodovia BR-163 no Estado do Mato Grosso. Esse reajuste passou a ser válido a partir do dia 6 de setembro, e permitiu uma redução do impacto do pedágio nos custos de transporte de cargas agrícolas.

“Essa medida trouxe benefícios econômicos para importantes rotas de movimentação dentro do estado, envolvendo o abastecimento do mercado doméstico e entregas em terminais ferroviários”, disse o pesquisador do Grupo Esalq-Log, Everton Costa. Um exemplo positivo dessa medida é a redução de R$ 0,11 por tonelada de soja e milho transportada na rota Sorriso (MT) para Rondonópolis (MT), principal corredor multimodal do País.

Entretanto, no dia 11 de setembro, a ANTT autorizou o aumento nas tarifas de pedágios da BR-163, cobradas nas praças do Mato Grosso do Sul. Nesse contexto, houve um aumento de R$ 0,40 para R$ 0,50 por praça. A determinação levou a um encarecimento no custo de transporte para movimentações do Centro-Oeste para o Sul do país.

“A diminuição no valor cobrado de pedágio do Mato Grosso permitiu uma redução de R$ 0,13 por tonelada no transporte de grãos no corredor de Sorriso (MT) para Paranaguá (PR). Em contrapartida, após o aumento no Mato Grosso do Sul, o custo por tonelada subiu para R$ 0,26 por tonelada, em uma rota onde o gasto com pedágio representa quase 11% do preço do frete”, disse Costa.

De acordo com o coordenador do Esalq-Log, Thiago Guilherme Péra, a tarifa de pedágio é viável quando o benefício esperado com a melhoria das condições viárias traz mais segurança e reduz o custo de transporte. “A partir dos investimentos na melhoria da trafegabilidade nos corredores de transporte, é esperada uma compensação em segurança a partir da redução de acidentes e melhor nível de serviço ao motorista”, disse Péra.

Além disso, ele cita, nesse contexto, melhorias nos indicadores de produtividade do transporte, envolvendo, por exemplo, a redução do consumo de combustível, redução do desgaste dos pneus e dos gastos com manutenção, além de aumento da velocidade média. “Isso tem de ser pensado de forma rápida, ainda mais para um setor tão importante que é o agronegócio, o qual movimenta elevados volumes em grandes distâncias, muitas vezes em precárias condições e com um alto custo”, afirmou.

A tabela abaixo apresenta os impactos dos reajustes das tarifas de pedágios no mês de setembro para cada tonelada de grão transportado em diferentes corredores de movimentação.

 

 

Fonte: Esalq-Log

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