A rastreabilidade bovina, seja no Brasil, na Austrália ou na Nova Zelândia, é construída visando garantir a sanidade animal e a segurança alimentar do consumidor. A afirmação é de especialistas que debateram o tema durante live da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na quarta (4).
A CNA ouviu o conselheiro de Agricultura da Austrália para a América do Sul, Ian Mortimer, e a gerente de Agronegócio da New Zealand Trade & Enterprise, Nádia Alcântara, sobre o sistema de rastreabilidade nos dois países.
“Nas duas apresentações ficou claro que tudo é feito com base na sanidade animal. Ou seja, a rastreabilidade tem uma função técnica muito clara que é garantir segurança alimentar e mostrar ao consumidor que existe controle de onde vem esse alimento”, afirmou o assessor técnico de pecuária de corte da CNA, Ricardo Nissen, moderador do debate.
Nos dois países, o produtor rural é obrigado por lei a se registrar e fornecer os dados sobre o rebanho. Essas informações são protegidas pelo governo e só podem ser usadas para aperfeiçoar o sistema de rastreabilidade.
“Para um país exportador como a Nova Zelândia, os benefícios de se ter um sistema como esse é você manter uma conexão entre quem produziu, onde produziu, e garantir isso para o consumidor final”, afirmou Nádia Alcântara.
“O sistema fornece as informações que visam gerenciar essa cadeia de produção, de forma que você consiga, principalmente, manutenção do status sanitário e de biossegurança,” ressaltou.
Na Austrália, o Sistema Nacional de Identificação da Pecuária (NLIS, sigla em inglês) começou em 1960 e foi modernizado na década de 90, ampliando o registro de modo voluntário para produtores de ovelhas, carneiros e porcos.
“A carne é uma das commodities mais importantes para a Austrália. Exportamos para mais de 100 países e para mantermos essa reputação, o país tem um grande sistema de rastreabilidade que também garante a confiança dos nossos consumidores”, afirmou Ian Mortimer.
Segundo Mortimer, a governança do sistema no país é composta por comitês que seguem padrões e normas, onde cada estado-território tem seu próprio conselho que regulamenta os prazos e registros dos movimentos dos animais, desde o nascimento até o abate.
“A implantação do sistema beneficiou produtores e consumidores e a eficiência dos movimentos da pecuária australiana foi reconhecida internacionalmente.”
O Sistema CNA possui uma plataforma Agri Trace Animal, para auxiliar pecuaristas a agregar valor à produção por meio de certificação e rastreabilidade de seus produtos. Para obter mais informações, acesse o portal CNA Brasil: http://ranimal.cnabrasil.org.br.
“É interessante observar o sistema de outros países e avaliar os benefícios e os gargalos para termos uma percepção macro do nosso sistema e, assim, direcionar melhorias que vão agregar ao produtor rural brasileiro”, finalizou Ricardo Nissen.
Assista aqui todo o debate sobre os sistemas de rastreabilidade da Austrália e Nova Zelândia.
CNA