Rabobank prevê mais um trimestre de bons preços no campo

Uma avaliação feita há um ano para o setor de commodities do Brasil, sobre o que ocorreria neste período de 2016, jamais indicaria um cenário tão favorável para as principais culturas como o que ocorre atualmente.

Um acompanhamento do Rabobank, instituição financeira especializada em agronegócio, aponta pontos positivos para o produtor também no terceiro trimestre do ano.

Uma das preocupações do produtor a partir de agora é com os custos que vai ter na safra 2016/17. Por sorte, um dos principais componentes desses custos, os fertilizantes, encontram-¬se com excesso de oferta global.

Com isso, os preços de maio dos adubos atingiram os menores valores em dólares desde 2009 no Brasil.

O açúcar tem garantia de preços. O Rabobank estima que ocorra um déficit entre oferta e demanda mundiais de 8.5 milhões de toneladas no ciclo atual.

Além do déficit, há uma redução de ritmo da colheita devido a chuvas na região centro ¬sul brasileira.

A produção de café sobe, puxada pelo arábica. O clima traz, no entanto, preocupações, elevando os preços internacionais do produto.

O aumento da produção de arábica é uma válvula de escape para as indústrias, devido à queda na safra de conilon, segundo o banco.

Os preços da soja devem seguir pressionados no terceiro trimestre deste ano. Além das quebras de safra na Argentina e no Brasil, os efeitos do La Niña sobre a safra norte¬-americana preocupa.

O milho é um bom exemplo desse cenário inesperado de alta. Há um ano, com bons estoques internos, as indústrias não imaginavam que a matéria-prima seria uma grande preocupação.

Queda de safra para próximo de 76 milhões de toneladas, na avaliação do Rabobank, vai manter os preços aquecidos no terceiro trimestre.

Os bons preços devem incentivar o plantio no quarto trimestre, segundo o banco.

O Brasil continua em busca de novos mercados para a carne bovina. E a China deve se consolidar como um bom parceiro neste ano.

A baixa oferta de animais terminados deverá manter os preços do boi em patamares recordes no segundo semestre.

Quebra de produção na safra de laranja em São Paulo e no Triângulo Mineiro, áreas com grande influência mundial, deve provocar uma queda dos estoques mundiais de suco para os menores patamares em dez anos. Os preços devem ser puxados para cima.

Para o leite, o banco estima uma queda de produção de 5% no primeiro semestre, o que tem puxado os preços para os produtores.

 

 

Fonte: Folha de S.Paulo

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