Rabobank: preços do milho devem se estabilizar em 2017

Os preços do milho no mercado internacional e nacional devem voltar a patamares da média histórica no próximo ano, estimou o analista de mercado de grãos do Rabobank, Renato Rasmussen, durante seminário da PorkExpo da cadeia suinícola do País.

Diversos fatores devem colaborar para esse enfraquecimento nas cotações do cereal, especialmente na Bolsa de Chicago. Segundo levantamento do Rabobank, a relação estoque-consumo no ano comercial 2016/17 ficará próxima de 22% (o mesmo percentual alcançado na safra 2014/15, e 1% acima do índice de 2015/16).

Essa estimativa de maior produção se dá pela perspectiva de safra recorde nos Estados Unidos, que de acordo com o USDA será de 382.48 milhões de toneladas, além do aumento na produção brasileira.

Na safra nacional, a melhora no retorno financeiro do cereal com as altas de preço ocorridas em 2015 e 2016, impulsionou a competitividade por área com a soja. Assim, na safra de verão, o banco estima que os produtores brasileiros aumentem de 7 a 8% a área para o milho 2016/17.

Outro ponto destacado por Rasmussen é o esgotamento da atual política de consumo de etanol dos EUA. Após  medida, a oferta de cereal norte-americana passou a ser destinada, em sua grande parte, para o mercado interno. “Em 1990, a participação dos Estados Unidos no mercado internacional era de 75%; hoje caiu para 39%, porém, não há mais espaço para incentivar o consumo de etanol no país, e os produtores terão de retornar sua lucratividade para as exportações”, disse o analista.

Além disso, no mercado brasileiro, os desdobramentos políticos têm colaborado para a queda do dólar, que poderá reduzir a competitividade do cereal brasileiro no mercado internacional, evidenciando um cenário diferente de abastecimento interno do observado em 2016.

Para a oferta, a expectativa do banco é de que a China desacelere o ritmo de importação, visto o grande volume de estoques chineses. Nos últimos anos, o governo chinês vem incentivando os agricultores, por meio de preços remuneradores, a expandir o plantio de milho em detrimento da soja. Agora, com a formação de grandes estoques, a China autorizou, em um movimento considerado radical, a pelo menos duas empresas exportarem cerca de 2 milhões de toneladas de milho.

Diante de uma grande oferta global, e da possibilidade de desaceleração no ritmo de importação do maior comprador mundial do cereal, o Rabobank estima que os preços do milho na Bolsa de Chicago devem ficar próximos de US$ 3,20 o bushel no último trimestre de 2016 e, abaixo de US$ 3,50 o bushel até o segundo trimestre de 2017.

Com isso, no mercado interno, os produtores de aves e suínos deverão ter um cenário mais positivo de abastecimento e preços em 2017. Neste ano, os altos preços do insumo acabaram inviabilizando a produção de suinocultores e avicultores em todo o País. Com preços em baixa, devido à queda no consumo, a elevação dos custos de produção penalizou diversos produtores, que esperam agora melhores condições para aquisição de insumos.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp