Rabobank: grande questão para empresas de lácteos é se devem investir ou desinvestir

A questão estratégica para algumas das maiores companhias globais de lácteos tem sido se devem investir ou desinvestir, já que muitas delas registraram vendas menores em dólares em 2019 na comparação com 2018, indicou o Rabobank em seu ranking anual com as 20 maiores empresas do setor.

Em 2019, a receita combinada das 20 maiores companhias do setor cresceu 1,30% em dólares na comparação anual, contra 2,50% em 2018. Em euros, houve aumento de 6,50% em 2019, após uma queda de 2% em 2018.

Segundo o banco, o crescimento modesto em dólares no ano passado se deve a oscilações cambiais, aumento modesto dos preços de commodities e crescimento abaixo da média da produção de leite nos principais países exportadores.

O número de fusões e aquisições no setor global de lácteos foi de 115 no ano passado, indicou o Rabobank. Em 2018, foram realizados 112 negócios, que incluem investimentos, desinvestimentos, aquisições, joint ventures e alianças estratégicas.

O banco informou ainda que até meados deste ano foram realizadas 52 operações afetadas pela pandemia da Covid-19.

Empresas e negócios

A Nestlé, maior companhia mundial do setor, vendeu seu negócio de sorvetes nos Estados Unidos por US$ 1.8 bilhão, além de outros ativos. Isso resultou em uma diferença menor para a segunda colocada no ranking, a francesa Lactalis.

A diferença entre as duas empresas na receita com lácteos, que era de US$ 3.5 bilhões em 2018, caiu para US$ 1.1 bilhão em 2019, de acordo com o Rabobank.

A Lactalis, por sua vez, vem aumentando seus investimentos, tendo realizado 41 operações de fusão e aquisição desde 2013, indicou o banco. Mais recentemente, aumentou a sua presença no Oriente Médio e África e na América do Norte e do Sul.

A maior cooperativa de lácteos dos EUA, a Dairy Farmers of America (DFA), saltou da sexta para a terceira posição, após adquirir a Dean Foods e ter aumentado sua receita em 47,50%.

A chinesa Yili subiu da oitava para a quinta posição no ranking, com um aumento de receita de quase 20% em 2019, em parte por causa de sua aquisição da cooperativa Westland, da Nova Zelândia.

Já a Fonterra caiu da quarta para a sexta posição. Segundo o Rabobank, a consolidação de importantes ativos resultou em menores vendas tanto em dólares quanto em euros.

Para 2021, o banco indica que o crescimento econômico mais lento na China e uma recessão global pós-Covid 19 não devem resultar em menor consumo de lácteos, mas deve fazer com que consumidores optem por produtos com preços mais baixos.

 

Estadão Conteúdo

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