O consumo doméstico de carne bovina continuará retraído no restante deste ano, como resultado da crise econômica no País, sem expectativa de melhoras pelo menos até 2017, avaliam analistas do Rabobank em relatório enviado à imprensa na quinta-feira (23).
“O consumo interno continua a se contrair, com os consumidores progressivamente pressionados pela crise econômica”, escreveram os analistas. “Não esperamos que isto melhore até o início de 2017.”
O aumento na produção de carne bovina também não deve ocorrer antes de 2017, conforme já previam outros analistas e a indústria do setor, já que a oferta de gado pronto para abate também só deverá melhorar no ano que vem. Diante disso, o Rabobank espera que os preços de boi mantenham-se acima dos níveis recordes na segunda metade do ano.
Já no mercado externo, a expectativa é de que a carne bovina brasileira mantenha a forte competitividade no segundo semestre, quando o real poderá sofrer desvalorização adicional em relação ao dólar.
“Espera-se que a moeda brasileira se desvalorize em relação ao dólar norte-americano durante a segunda metade de 2016, como resultado dos atuais complexos cenários econômico e político”, avaliam os analistas. “Assim, as exportações brasileiras de carne bovina deverão permanecer competitivas, continuando a crescer fortemente durante o segundo semestre de 2016.”
De janeiro a maio deste ano, as exportações brasileiras de carne bovina somaram 609.700 toneladas, 12% superior às vendas externas do mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC).
O crescimento das exportações brasileiras de carne bovina tem sido impulsionado principalmente pela abertura de novos mercados como China e Arábia Saudita.
A expectativa do governo brasileiro é de que ainda este ano ocorra a efetiva abertura do mercado dos Estados Unidos para a carne bovina in natura brasileira.
Fonte: CarneTec