Os primeiros quinze dias de novembro registraram um robusto crescimento na produção de etanol em função do maior direcionamento da matéria-prima para a fabricação do biocombustível. Cerca de 71,73% da cana-de-açúcar processada foi destinada à produção de etanol, contra 65,92% no mesmo período da safra 2018/2019.
Como resultado, a produção do biocombustível alcançou 1.30 bilhão de litros nos primeiros quinze dias do mês, registrando aumento de 19,03% quando comparado com o mesmo período de 2018. Deste volume, 872.81 milhões de litros foram de etanol hidratado e o restante, 426,54 milhões de litros, de etanol anidro.
A produção quinzenal de açúcar, por sua vez, alcançou 785.98 milhões de toneladas na primeira metade do mês, registrando queda de 11,31% em relação ao volume produzido no mesmo período do último ciclo.
Para o diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, “o mix de produção mais alcooleiro observado nesta quinzena é surpreendente se considerarmos que nas últimas quinzenas houve maior demanda por açúcar, tanto no mercado interno quanto em relação às saídas para exportação”.
No acumulado desde o início da safra até o dia 16 de novembro, a produção de etanol totalizou 30.87 bilhões de litros, sendo 9.38 bilhões de litros de etanol anidro e 21.48 bilhões de litros de etanol hidratado, este com um crescimento de 8,98% em relação ao volume produzido na safra 2018/2019.
No caso do açúcar, a quantidade produzida alcançou 26.01 milhões de toneladas no acumulado da safra.
A produção de etanol de milho, por sua vez, totalizou 68.68 milhões de litros na primeira metade de novembro. No acumulado da safra, a produção foi de 809.77 milhões de litros, com aumento de 101,50% em relação ao volume produzido no mesmo período de 2018.
Moagem
A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras da região centro-sul totalizou 19.83 milhões de toneladas na primeira metade de novembro, com queda de 7,61% em relação ao volume produzido no mesmo período do último ciclo.
No acumulado desde o início da safra 2019/2020 até 16 de novembro, a moagem totalizou 562.74 milhões de toneladas, contra 532.41 milhões de toneladas esmagadas no mesmo período do ano passado, e com aumento de 5,70%.
Até 16 de novembro deste ano, 120 unidades do centro-sul haviam encerrado a safra, contra 86 usinas até a mesma data de 2018. Essas 120 empresas registraram uma redução média de 1,10% na moagem e representaram cerca de 40% do total processado pelas unidades do centro-sul no último ciclo (225 milhões de toneladas).
O diretor técnico da Unica acrescenta que “74 unidades produtoras estão com programação de encerramento de safra para a segunda quinzena deste mês. Em dezembro, apenas 71 usinas estarão em operação no centro-sul”.
Produtividade e qualidade da matéria-prima
Com relação à produtividade agrícola, o indicador do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) mostra que o rendimento da lavoura atingiu 77,76 toneladas por hectare colhido no acumulado de abril a outubro de 2019. Trata-se de um aumento de 4,58% em relação ao indicador no mesmo período de 2018.
Para a primeira quinzena de novembro, dados preliminares de uma amostra de 38 unidades indicam retração no rendimento da lavoura de 7% em relação ao valor apurado na mesma quinzena da safra 2018/2019 (62,3 toneladas por hectare este ano contra 67 toneladas por hectare no início de novembro de 2018).
A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), por sua vez, alcançou 147,14 kg por tonelada de matéria-prima na primeira quinzena de novembro – 15,70% superior ao resultado observado na mesma data do ano anterior (127,18 kg por tonelada).
No acumulado da temporada, o indicador de qualidade atingiu o mesmo patamar registrado da última safra. Até 16 de novembro, o teor de ATR na planta chegou a 139,22 kg por tonelada, contra 139,44 kg por tonelada no mesmo período de 2018.
Rodrigues esclarece que “a variação de 15,70% do ATR na quinzena deve ser vista com cautela, pois o indicador é baseado no volume de cana que entra na usina e nas quantidades de açúcar e etanol produzidas. Nesse período, o indicador sofreu a influência do término de safra de várias unidades, que tinham dado entrada na cana na última quinzena e somente agora finalizaram o processo produtivo”.
Vendas de etanol
Nos primeiros quinze dias de novembro, as vendas de etanol pelas unidades produtoras do centro-sul somaram 1.38 bilhão de litros. Desse volume, 1.32 bilhão de litros foram destinados ao mercado interno e apenas 62.56 milhões de litros para exportação.
Do total comercializado no mercado doméstico, 371.78 milhões de litros foram de etanol anidro e 948.83 milhões de litros de etanol hidratado. No caso do etanol hidratado, este volume representa um aumento de 4,59% em relação ao volume na mesma quinzena de 2018 (907.21 milhões de litros).
“As vendas de etanol hidratado continuam aquecidas e só não foram maiores porque na primeira quinzena do mês tivemos um menor número de dias úteis. Se realizarmos a comparação das vendas diárias é possível observar que houve crescimento de 1,20% nas vendas no início de novembro na comparação com o volume registrado no final de outubro, confirmando a tendência de alta observada nos últimos meses”, afirma o executivo da Unica.
No acumulado desde abril até 16 de outubro, o volume de hidratado comercializado pelas unidades do centro-sul apresentou aumento expressivo de 13,38%, atingindo 14.68 bilhões de litros.
“Mantido o comportamento observado até o momento, vamos registrar safra com produção recorde de etanol. Até agora observamos um aumento de 2.39 bilhões de litros na produção de etanol, que já permitiu uma ampliação de 2.29 bilhões de litros nas vendas do biocombustível pelas unidades do centro-sul”, informa Rodrigues.
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