Queda na demanda limita importações da açúcar da Índia

Uma queda nas vendas de açúcar na Índia, maior consumidor global, deixou o país com estoques suficientes para seguir até a próxima safra, disse a Associação Indiana de Usinas de Açúcar (Isma, na sigla em inglês) nesta terça-feira, descartando a necessidade de novas importações no fim deste ano.

As vendas de açúcar no país são estimadas em queda de 1 milhão de toneladas desde o início da temporada em outubro de 2016, disse o diretor-geral da Isma, Abinash Verma, em uma conferência do setor em Genebra.

Ele disse que o declínio no consumo é explicado parcialmente pela alta dos preços domésticos e pela desmonetização, que retirou de circulação cédulas de dinheiro de maior valor.

A decisão do governo de abolir um subsídio para açúcar dado a famílias pobres, que respondem por 10% das vendas de açúcar, também afetou o mercado, disse o executivo.

“As famílias pobres vão ter que comprar o mesmo açúcar por um preço três vezes maior”, disse Verma em uma conferência da Kingsman. “Esta costumava ser uma fonte muito barata de energia para elas.”

A demanda total de açúcar está estimada em 23.8 milhões a 24 milhões de toneladas em 2016/17, contra uma demanda anual típica de cerca de 25 milhões de toneladas.

A ISMA projeta uma produção de 20.2 milhões de toneladas nesta temporada, ligeiramente abaixo de uma previsão anterior de 20.3 milhões de toneladas.

Contudo, os estoques finais foram projetados entre 4.55 milhões e 4.75 milhões de toneladas, o que dá ao país excedente suficiente para abastecer o consumo até que a nova produção de 2017/18 chegue ao mercado no fim de outubro, disse Verma.

“Uma coisa é clara, nós temos bastante açúcar no país, se você somar os estoques iniciais, e ainda temos alguma coisa que vai ser carregada para o próximo ano”, disse o executivo.

No início do mês, a Índia liberou importações de 500.000 toneladas de açúcar bruto livre de tarifas. O volume foi menor que o esperado, disparando especulações no mercado de que o país poderia permitir mais importações até o fim do ano.

 

Fonte: Reuters

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