Quebras de safra e preço baixo vão reduzir área de trigo para 2016

O engenheiro agrônomo Carlos R. Dellavalle Filho avalia que os baixos preços oferecidos pelo trigo e as dificuldades climáticas enfrentadas no inverno vão levar os produtores a reduzir a área plantada de trigo no ano que vem. “A tendência é só cair, e no próximo ano a maioria já nem vai plantar mais trigo, porque a média vem sendo de uma safra boa a cada cinco anos”, disse.

“Infelizmente os preços ainda estão baixos esse ano. O preço pago ao produtor deveria ser bem maior do que os atuais patamares” lamenta. “Com uma safra de trigo menor do que a esperada, custos de produção elevados (alta do Dólar pesa diretamente nos insumos), baixa produtividade devido à geada e a qualidade sendo afetada pelas chuvas, têm-se observado lavouras de 18 a 40 sacas por hectare de produtividade e com qualidade inferior a esperada”, disse.

Segundo Dellavalle Filho, “esse ano será a mesma frustração do ano anterior nas colheitas, o que poderá refletir em uma possível redução de área para a próxima safra. A região nordeste do Rio Grande do Sul ainda não terminou a colheita. O tempo colaborou nessa semana, porém a previsão para o final de semana é de chuvas, o que fará com que parem novamente os trabalhos”.

“Esperamos que esse ano as chuvas acima da média repercutam melhor nas culturas de verão, como milho e Soja. Esperamos uma safra ótima de verão, já que a de inverno foi péssima. Essa safra de trigo é para ser esquecida! Esperamos que o prejuízo do trigo, canola sejam recuperadas nas culturas de verão”, concluiu o diretor da Deagro Produtos Agrícolas.

Trigo: RS deve colher 1.64 milhão de toneladas de baixa qualidade

A Consultoria Trigo & Farinhas estima que o Rio Grande do Sul deva produzir apenas 1.64 milhão de toneladas nesta safra. Para piorar a situação, a maior parte do cereal de inverno apresenta baixa qualidade e deve ser destinada como forrageira.

O resultado é ainda pior que o do ano passado (1.670 milhão de toneladas) e fica muito aquém do que foi previsto em maio deste ano pela em levantamento feito pela EMATER junto aos agricultores. A intenção era uma chegar a 2.280 milhões de toneladas no estado, com rendimento de 2.400kg/ha caso as condições meteorológicas fossem favoráveis – o que não ocorreu.

“As produtividades obtidas recentemente não modificaram o quadro de quebra em relação ao que era esperado inicialmente como razoável, mesmo com as boas produtividades registradas nas regiões da Serra e nos Campos de Cima da Serra, onde foram retiradas cargas médias ao redor dos 3.000 quilos. Assim como ocorreu no ano passado, a qualidade também foi outro fator a prejudicar a cultura este ano, ficando bem aquém do aceitável para a valorização do produto”, aponta a T&F.

 

Fonte: Agrolink

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