Quebra nas safras do milho safrinha, café e cana pode afetar o PIB do agro no segundo semestre de 2021

O PIB da agropecuária no segundo semestre deste ano pode reverter a tendência de crescimento e ser afetado pela quebra nas safras do milho safrinha, do café, laranja e cana-de-açúcar, cujas lavouras foram prejudicadas pela seca. A avaliação é do sócio diretor da consultoria MB Agro, José Carlos Vannini Hausknecht.

Ao Broadcast Agro, ele salientou que o setor investiu muito este ano, em função da previsão de incremento de área plantada, além dos preços altos para a comercialização dessas commodities. Porém, as condições climáticas não têm ajudado.

“No café nós já sabíamos que não seria uma safra robusta como a do ano passado por causa da bienalidade negativa, mas, ainda assim, está abaixo do previsto para a safra”, disse Hausknecht. “A estiagem também fez a consultoria revisar a projeção para o indicador no acumulado de 2021”.

Se antes a estimativa era de alta de 3% em relação a 2020, agora é esperada estabilidade, com o primeiro semestre não sendo suficiente para compensar as perdas da segunda metade do ano.

PIB

Quanto ao desempenho do PIB da agropecuária no primeiro trimestre de 2021, o executivo disse que o crescimento já era esperado e que alta semelhante deve se registrar no segundo trimestre.

O PIB da agropecuária subiu 5,20% nos primeiros três meses do ano em comparação com o mesmo período do ano passado, e teve alta de 5,70% em relação ao quarto trimestre de 2020. O que puxou o indicador, conforme já apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi o bom desempenho da soja, apesar do atraso na colheita observado nos primeiros meses do ano.

“O grande diferencial em relação ao primeiro trimestre do ano passado foi a produção de soja no Rio Grande do Sul, que teve uma forte recuperação este ano. Vale lembrar que em 2020 tivemos uma forte seca no Sul do País, que atrapalhou os rendimentos da cultura”, disse Hausknecht.

Pecuária

Ele acrescentou que o setor da pecuária não tem influenciado de forma positiva por causa da redução no volume de abates e do atraso na recuperação das pastagens. “Podemos até ver uma recuperação no segundo semestre, mas acredito que o ano vá fechar no zero a zero.”

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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