Quebra da safra de laranja em São Paulo e Minas será a maior desde 1988

A estiagem e o calor registrados nos últimos meses levaram o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), mantido com as contribuições de produtores de laranja e indústrias de suco, a reduzir sua estimativa para a produção da fruta no cinturão formado por São Paulo, Triângulo Mineiro e sudoeste de Minas Gerais na safra 2020/21.

Segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira, a colheita passou a ser estimada em 269.4 milhões de caixas de 40,8 quilos, 18.4 milhões de caixas a menos que o previsto em maio. Se confirmado, informou o Fundecitrus, a queda em relação ao ciclo 2019/20 será de 30,40%, a maior quebra de safra desde 1988.

“Em função das condições climáticas extremamente adversas, com altas temperaturas, baixa precipitação e má distribuição das chuvas, esse é um dos anos mais difíceis que a citricultura já enfrentou”, informou, em nota, o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres.

O órgão destacou que em maio já estavam previstas adversidades climáticas, mas que o fenômeno La Niña foi mais intenso que o esperado, bem pior que o registrado em 2017. “Além de deixar o clima mais quente e mais seco, o La Niña entrou em atividade mais cedo, quando apenas 30% da produção de laranja tinha sido colhida”.

O Fundecitrus informou que, na medida em que o La Niña se intensificou, a chuva foi diminuindo em relação à média histórica.

“De maio a agosto, o volume acumulado estava 14% menor e chegou a menos 41% no acumulado de setembro a novembro. Em todo o período, a precipitação média no cinturão foi de 337 milímetros, cerca de 150 milímetros a menos que o normal e 32% inferior à média histórica, segundo dados da Somar Meteorologia”.

 

 

Fonte: Valor

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