As marcas Korin, Mãe Terra, Vapza e Coopernatural, que integram a rede OrganicsNet da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), estão entre as mais conhecidas no setor de orgânicos. A constatação foi feita a partir da primeira pesquisa nacional sobre o perfil do consumidor de orgânicos, divulgada pelo Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis).
Para a coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos) da SNA, Sylvia Wachsner, o resultado representa o reconhecimento de um longo trabalho.
“A OrganicsNet é uma rede de produtores de alimentos orgânicos e foi criada em 2008 com o aporte do Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, da Sociedade Nacional de Agricultura e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae”, relata Sylvia.
Ainda de acordo com ela, “quase dez anos depois desta atividade pioneira, descobrir que quatro marcas das 40 empresas que integram nossa rede são lembradas pelos consumidores, nos enche de orgulho e confirma que estamos no caminho certo”.
REDE EM EXPANSÃO
Sylvia explica que, para fazer parte da rede OrganicsNet (www.organicsnet.com.br), as empresas precisam ser devidamente certificadas como orgânicas, atuar no mercado há pelo menos três anos e ter produtos de qualidade.
“Somos cuidadosos em escolher os participantes. Procuramos conhecer os proprietários e buscamos empresas com boa gestão profissional. Em muitos casos, visitamos as empresas e ficamos atentos às novidades e ao desenvolvimento dos projetos. A rede vem se ampliando aos poucos”.
PREÇOS
Ao comentar a pesquisa divulgada pela Organis, a coordenadora do CI Orgânicos disse que os resultados são encorajadores para os produtores do setor, porque apontam a existência de um amplo mercado para a comercialização de seus produtos.
“Se somente 11% afirmaram consumir orgânicos mais de uma vez por semana e 37% disseram consumir apenas uma vez por mês, ampliar essas porcentagens é contar com um mercado potencial”, afirma Sylvia.
Nesse sentido, o produtor, segundo ela, deve estar atento a dois aspectos: “O preço, que os consumidores consideram muito elevado, e a falta de lugares que comercializam alimentos orgânicos. O desafio é: como incrementar, nos canais de comercialização, a oferta, a qualidade e a variedade de alimentos orgânicos a preços convidativos”.
Dentre os critérios de escolha do produto orgânico, a pesquisa da Organis em parceria com a Market Analysis mostrou que, quando há mais de uma marca disponível, o preço é o principal fator decisor de compra (41%). A confiança na marca (28%) e a qualidade (21%) também são importantes, segundo os consumidores. No entanto, a falta de preços acessíveis, segundo a pesquisa, constitui a principal barreira ao consumo de orgânicos.
Quanto aos valores praticados atualmente, a coordenadora da SNA explica que, “aos poucos, a diferença de preços entre orgânicos e convencionais, sobretudo no segmento de hortigranjeiros, conforme a sazonalidade e a disponibilidade no mercado, está diminuindo”. Ao mesmo tempo, afirma Sylvia, “as feiras orgânicas, os serviços de entrega de cestas em domicílio e as compras diretas dos produtores reduzem as margens”.
A especialista reconhece que a diferença de preços continua a ser bastante elevada no caso dos alimentos industrializados, em razão de fatores como a margem colocada pelos varejistas, a produção mais reduzida, a falta de insumos orgânicos e até mesmo a falta de concorrência de alimentos similares. “Uma produção e oferta maiores, deve, no futuro, reduzir essas barreiras”, salienta.
RESULTADOS
A pesquisa divulgada pela Organis envolveu 905 pessoas de diferentes faixas etárias, residentes em algumas das principais capitais brasileiras, entre elas, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Brasília.
Segundo o estudo, 15% da população urbana consomem orgânicos, em especial a região Sul, que concentra a maior demanda. Dentre os produtos mais procurados, as verduras lideram o ranking, com 63%, à frente dos legumes (25%), frutas (25%) e cereais (12%).
Já 64% das pessoas dizem que consomem orgânicos porque são mais saudáveis. Mas apesar do movimento crescente do setor, o estudo indica que 25% da população não está interessada em mudar o hábito de consumo do convencional para o orgânico.
Por equipe SNA/RJ