Quase 70% dos produtores de hortifrútis afirmam que sua rentabilidade foi prejudicada pela Covid-19

Pesquisa realizada pela equipe da revista Hortifruti Brasil, publicação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mostra que 68% dos produtores de frutas e hortaliças consultados afirmaram ter registrado rentabilidade parcialmente ou totalmente prejudicada, devido à pandemia de Coronavírus.

Isso evidencia que, mesmo sendo uma atividade essencial, o agronegócio teve suas vulnerabilidades expostas pela interrupção ou limitações das vias de comercialização (até então, sem precedentes).

A equipe da Hortifruti Brasil indica que, de forma geral, que parte do setor só não teve prejuízo mais intenso no primeiro semestre porque a oferta da maioria dos produtos foi controlada de março a maio.

No caso das hortaliças, a safra de verão teve a produtividade reduzida e o volume ofertado esteve menor, especialmente para produtos como batata, cebola, cenoura e tomate.

Quanto às frutas, o clima prejudicou a produção, ao passo que as exportações (incluindo de suco de laranja) registraram bom desempenho, limitando a disponibilidade doméstica e reduzindo a pressão sobre os preços.

A partir de junho, com a retomada gradual das atividades econômicas, o consumo de frutas e hortaliças reagiu. No entanto, é importante lembrar que a Covid-19 segue ativa e que ainda não há medida eficaz no combate ao coronavírus.

Assim, os próximos meses devem ser marcados por desemprego, queda no poder de compra da população e por consequentes mudanças de hábito do consumidor.

Se as perspectivas de muitas consultorias se concretizarem, o “novo normal”, em termos econômicos, deve ocorrer apenas em 2022. Ou seja, a realidade do hortifruticultor deve seguir alterada por um longo período.

E, para enfrentar esse cenário, dentre as principais estratégias citadas pelos entrevistados estão o aumento da eficiência, ou seja, o incremento na produtividade e a redução de área.

O alerta é que os resultados da pesquisa mostram que uma parcela considerável dos produtores (pouco mais de 20%) não adotou planos de ação para atravessar esse difícil período.

 

Cepea

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