Províncias responsáveis por 23% da área de milho da Argentina são severamente atingidas por chuvas

Frente às estimativas que indicam mais volumes intensos de chuvas para os próximos dias, Francisco Traverso, prefeito de Intendente Alvear, na província de La Pampa, na Argentina, disse que “a situação que o departamento Chapaleufú (onde está localizado o município, junto às cidades de Bernardo Larroudé, Ceballos e Coronel Hilario Lagos) atravessa devido às inundações que sofre desde o começo do ano, chega a um ponto angustiante”.

O campo já é visto como uma batalha perdida e, agora, o norte da província de La Pampa trabalha para que o povo não seja afetado pelas inundações. As chuvas da primavera agravaram a situação da transborda do rio V, que ocorre desde o início do ano.

Segundo o jornal La Arena, mais chuvas em lapsos curtos e de grande intensidade devem cair na região nesta semana. “Estamos fazendo tudo o que podemos para nos antecipar. Limpar e ampliar canais na zona rural é algo que podemos fazer pouco. Agora vamos trabalhar para que o povo não inunde também”, disse Traverso.

“As autoridades do governo da província estão avisadas da situação, mas a verdade é que, frente a este panorama, pouco pode ser feito. Esperamos que, se os prognósticos se cumprirem, não sejam chuvas intensas de poucos minutos e muitos milímetros”, disse.

Na zona rural, o dirigente assegurou que “desta maneira, será impossível plantar” e adiantou que “as pessoas que estão no campo vão ter que migrar para a cidade porque correm o risco de ficar isoladas”.

La Pampa

Para a província em geral, tem sido registradas chuvas abundantes, com registros que ultrapassam os 200 mm, afetando o setor da produção agropecuária e colocando em risco o plantio da safra de verão. Até o momento, há notícias de perdas totais e parciais.

Na zona de Ojeda e Alta Italia, há produtores que não conseguem chegar às suas propriedades e dependem da boa vontade de seus vizinhos para que seja cedido o acesso por meio de suas terras, já que as águas inundaram os caminhos e seguem ingressando em grande volume.

Em casos pontuais, que não são poucos, há produtores que abortaram suas plantações anteriores e se encontram com enormes dificuldades de implantar a atual, sabendo já que, por conta das inundações, a superfície fica reduzida e as tarefas, impossibilitadas.

Buenos Aires

La Pampa não é a única província afetada pelas fortes chuvas. A província de Buenos Aires, sobretudo na região de General Villegas, vem sendo bastante afetada por estes problemas, também sem condições de realizar o plantio da nova safra, aprofundando, assim, a crise que já viviam os pequenos e médios produtores dessas regiões.

A Federação Agrária Argentina (FAA) está em comunicação com o Ministro da Produção de La Pampa para que seja constituída uma Mesa de Emergência provincial o mais rápido possível, e o mesmo também está sendo feito em relação à província de Buenos Aires, onde já se ultrapassou a linha dos 1.000 mm de chuvas caídas no ano. Desta forma, os pequenos e médios produtores estão severamente afetados e não contam com respaldo financeiro e nem dinheiro corrente para lidar com os gastos diários.

Em Buenos Aires, as chuvas foram de mais de 200mm em muitas zonas. Ao longo do ano, o sul da província quebrou a marca dos 1.000 mm. A data da janela de plantio do milho está terminando, o que obrigará muitos produtores a migrarem para a soja. Produtores leiteiros também passam por dificuldades, uma vez que já existe uma crise láctea e ainda por cima não poderão plantar milho a tempo para se abastecer de reservas.

Perspectivas

De acordo com o último Panorama Agrícola Semanal (PAS) divulgado pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a estimativa é de que as duas províncias plantem 1.100.000 hectares de milho nesta safra, o que corresponde a 23% da área total de milho a ser plantada pelo país. Em algumas áreas, o plantio já chegava a 50% segundo o informe, divulgado no último dia 20 de outubro. A soja ainda não entrou na janela ideal de plantio, mas a estimativa é de que o país plante 19.600.000 hectares de soja, que até o momento, devem ser cultivados em menor volume nestas regiões.

 

Fontes: Notícias Agrícolas/ Infocampo

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