Produtores do oeste baiano investem R$ 11 bilhões na preservação do meio ambiente

Um total de R$ 11 bilhões em terras que, se estivessem em produção, gerariam um patrimônio líquido da ordem de R$ 27 bilhões. Esse é o valor investido pelos produtores do oeste baiano em áreas de proteção e reserva ambiental, de acordo com estudo da Embrapa divulgado nesta terça-feira (27/5) no fórum “O Papel do Produtor na Conservação do Cerrado”, realizado no auditório da Fundação Bahia, em Luís Eduardo Magalhães (BA).

O estudo, apresentado pelo chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo de Miranda, além do mapeamento por satélite de todas as propriedades, utilizou dados do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural, do Ministério do Meio Ambiente.

O resultado demonstrou que o oeste baiano conserva 53% do seu bioma natural, num total de 4.2 milhões de hectares preservados. Deste total, 35% estão nas propriedades agrícolas, o maior percentual de todo o país e um dos maiores do mundo.

“Não tem ninguém que investe mais na conservação ambiental, e estamos falando apenas em terra imobilizada, sem contarmos outras práticas como o uso racional da água e o manejo de solos”, ressaltou Miranda.

Além do dirigente da Embrapa, o fórum contou com a participação dos professores Fernando Pruski e José Rui de Castro, da Universidade Federal de Viçosa, que participam, junto a pesquisadores da Universidade de Nebraska (Estados Unidos) e universidades baianas, de um estudo contratado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), sobre o potencial hídrico do Cerrado Baiano.

O objetivo é definir com precisão o volume de água dos rios e do Aquífero de Urucuia, para que seja dimensionada a sua utilização de forma sustentada.

Ao enfatizar os números apontados pelo estudo, Miranda criticou o que considera “hipóteses inverificáveis”, relacionadas com afirmações “sem qualquer confirmação científica” que, segundo ele, procuram criar a imagem de que a produção agrícola ameaça a conservação do Cerrado.

Em sua opinião, “estão trazendo para o Cerrado um discurso da Amazônia”, sem que sejam levadas em consideração as diferenças desses biomas e, sobretudo, as culturas e tecnologias desenvolvidas pelos produtores.

 

Fonte: Agrolink

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