Produtores de soja brasileiros pedem ao governo que apresente queixa contra os EUA na OMC

Produtores de soja brasileiros solicitaram que o país apresente queixa contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio alegando que os subsídios aos produtores norte-americanos dão uma vantagem injusta ao maior produtor de soja do mundo.

A Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), sediada em Brasília, acredita que tais subsídios podem estar custando aos produtores brasileiros 1 bilhão de dólares em negócios perdidos por ano, disse Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja no Mato Grosso.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou que os produtores fizeram a solicitação, mas alertou que a proposta precisa ser avaliada por vários ministérios e que o governo precisa de pelo menos um mês e talvez até mais para chegar a uma decisão.

“Existe esse trabalho, o levantamento de dados, para ver se é viável questionar esse protecionismo norte-americano”, disse Dalcin. Ele disse que a Aprosoja contratou em Genebra, sede da OMC, advogados da empresa de advocacia Sidley Austin, sediada em Chicago.

Os produtores de soja estão seguindo os produtores brasileiros de algodão, que ganharam 300 milhões de dólares em compensações dos EUA em 2014 para encerrar uma disputa sobre subsídios para o algodão que já durava uma década.

Brasil provavelmente vai ultrapassar os Estados Unidos como o maior produtor de soja do mundo nos próximos anos à medida que aumenta o cultivo da oleaginosa a cada temporada. O Brasil já é o maior exportador de soja do mundo.

As autoridades brasileiras disseram à Reuters em abril que o país sul-americano estava reunindo evidências de que os subsídios norte-americanos estavam pressionando os preços já baixos da soja e do milho, potencialmente afetando a economia brasileira.

Nesta temporada, o Brasil deve colher o volume recorde de 100 milhões de toneladas de soja, ante 108,3 milhões de toneladas dos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Agricultura norte-americano.

 

Fonte: Reuters

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp