Mônika Bergamaschi: produção do agronegócio em SP passa por fase de recuperação

Etanol, laranja e café – itens importantes para a agricultura paulista – estão com grandes problemas de rentabilidade, afirma a secretária de Agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi

 

A secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, afirmou que etanol, a laranja e o café, produtos considerados, por ela, como vitais para São Paulo, estão com grandes problemas de rentabilidade. Segundo ela, que participou do 2º Fórum Nacional de Agronegócios, promovido pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais , em Campinas (SP), por conta de uma ausência de planejamento estratégico a nível federal, inclusive de total falta de transparência na política de formação de preços, o etanol passa a ser completamente inviabilizado ao ponto de chegar à atual situação no Estado, onde 40 usinas já fecharam.

“Ainda temos 60 usinas em situação muito crítica, 60 em situação perigosa e outras 60 em situação boa. Isso é um crime, significa uma enorme perda de empregos, inclusive com impacto nas indústrias de base principalmente em regiões como Sertãozinho e Piracicaba”, ressaltou. No Brasil, de acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 18 mil postos de trabalhos foram eliminados no setor sucroalcooleiro em 2012.

Mônika, no entanto, acredita em uma rápida recuperação do setor. “Parece que quanto mais apanha mais forte fica. O setor reage e cresce. Já houve recuperação de produtividade e, inclusive, incremento na produção. Sem dúvida nenhuma, essa falta de planejamento e essa miopia tem nos prejudicado bastante. Basta que se dê alguma segurança para que os empresários façam investimentos futuros”, afirma. “A grande questão é que temos uma demanda extraordinária e perdemos um bom espaço, pois poderíamos estar muito à frente. Acredito que os investimentos virão e conseguiremos retomar o crescimento, mesmo que num prazo maior”, acrescenta.

Já o café vive uma circunstância de ausência de preços, afirma. Na questão da laranja, a secretária reconhece que existe uma ausência de coordenação de cadeia mesmo. Em sua opinião, “um evento como este nos mostra a importância de que, apesar de estarmos discutindo temas que são recorrentes e conhecidos, pelo menos unificamos os discursos numa única direção. E ficou bem colocado aqui que a coordenação de cadeia é importantíssima. Temos um mercado que cai em consumo, com excesso de frutas e isso precisa ser tratado de maneira um pouco mais direcionada pelo próprio setor”.

 

Comunicação

Durante Fórum foram debatidos “os cinco nós do agronegócio” – sustentabilidade, comércio, insumos, agenda legislativa e comunicação. Mônika Bergamaschi chama a atenção para o “nó da comunicação” que, em sua opinião, no momento, é o mais importante. A maior prova disso, opina, foram as manifestações nas ruas, porque vimos a população se arvorando para todos tipos de assuntos, inclusive apoiando questões de outros Estados que nem afetam São Paulo. Porém, não vimos uma única placa que fizesse uma alusão ao nosso etanol, à nossa energia limpa, aos empregos no campo, à sustentabilidade, à questão da agricultura. Vimos alguma coisa referente à reforma agrária, num modelo que, sabemos, ainda precisa ser muito aprimorado para que dê resultados melhores. Portanto, o nó na comunicação”.

A secretária finaliza, argumentando que, “como a maioria da população votante é urbana, não tenho nenhuma dúvida de que se ela conhecesse nossa competência, a nossa importância e valorizasse mais isso, teríamos, sem dúvida, uma diminuição dos gargalos desses nós na logística, nas políticas e em todos os outros nós que foram discutidos, porque haveria clamor da sociedade que, no fundo, é quem movimenta essa grande questão da eleição, dos votos, da política e do futuro daqueles que comandam o país”.

 

POR EQUIPE SNA/SP

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