Produção de soja sequestra mais CO2 do que mata nativa, diz presidente da Aprosoja

A Abertura Nacional do Plantio da Soja – Safra 2022/23 acontece nesta quinta-feira (22/9), diretamente de Santa Cruz do Rio Pardo, em São Paulo, na Fazenda Nossa Senhora de Aparecida. É a primeira vez que o estado sedia o evento e, de acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), José Sismeiro, a oleaginosa vem ganhando força em terras paulistas.

“São Paulo é muito importante para a federação, é um estado muito industrializado e a agricultura também é forte. A soja está entrando principalmente no lugar da cana, para fazer a manutenção das terras. Os produtores entraram [com a produção de soja], gostaram do que viram, estão investindo forte e tendo boas produtividades, o que é muito bom para o produtor e para o Brasil porque gera empregos, renda e tributos”, destacou.

Entre os temas a serem abordados na Abertura do Plantio da Soja está a sustentabilidade. Para Sismeiro, o produtor brasileiro já está habituado ao conceito e o pratica há tempos.

“A Aprosoja realizou o I Congresso dos Produtores de Soja em 5 de agosto […] e lá mostramos que a soja é altamente sustentável, ou seja, em um horizonte de dez anos se plantando soja [em sistema plantio direto], principalmente fazendo uma rotação com milho segunda-safra, sequestra-se muito mais carbono do que se emite, até mais do que uma área de floresta nativa”, afirmou.

Desafios para a safra

O presidente da Aprosoja Brasil lembrou que os dados meteorológicos apontam que o La Niña vai incidir no País, o que pode ser sentido, principalmente, nos estados do Sul. “Mas se o produtor tiver com o solo em ordem, com uma boa cobertura de solo, com uma planta sadia, com certeza a probabilidade de dar certo [a produção] é muito maior”, explicou.

Por conta dos fatores climáticos que afetam boa parte do mundo, a escassez de alimentos passa a ser cada vez maior. De acordo com Sismeiro, tal realidade indica que os preços subam, ainda que seja difícil prever fatores de mercado.

“Tivemos o pico da soja lá atrás, chegando a R$ 200 no balcão das cooperativas, e hoje estamos com cerca de R$ 160, o que é prejudicial. Vejo com muita preocupação porque estamos em uma safra que talvez seja a mais difícil que vamos plantar até hoje porque dobrou o nosso custo de produção, com produtos que até triplicaram [de preço]”.

Segundo o executivo, o cenário traz incertezas ao produtor. “Poderíamos fazer o travamento [de preço], mas o problema é que, ao fazer o travamento no físico, corre-se o risco de não poder [entregar a soja] por problemas climáticos e, aí, ter de pagar multa, o que é muito difícil e não é recomendado ao produtor”.

“Daí, depende do produtor fazer o travamento em bolsa, o que é mais complicado, mas se ele procurar um bom corretor, vai conseguir”, concluiu Sismeiro.

Fonte: Canal Rural
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