Produção de grãos 2024/25 é estimada em 322.3 milhões de toneladas com clima favorável para as culturas de 1ª safra

Foto: Canva

Os agricultores brasileiros deverão colher 322.3 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25. O resultado equivale a um aumento de 8,20% em relação à produção da safra anterior, ou seja, 24.5 milhões de toneladas a mais a serem colhidas. A nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mantém a previsão de recorde na produção na série histórica, caso o resultado se confirme.

O bom desempenho acompanha o clima favorável registrado durante o desenvolvimento das culturas de primeira safra. Aliado a isso, a área total plantada está estimada em 81.4 milhões de hectares e deve crescer 1,80% quando comparada com o ciclo 2023/24. Os dados foram divulgados pela Companhia nesta terça-feira (14), durante o anúncio do 4º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25.

Principal produto cultivado no País, a soja deve registrar uma produção de 166.33 milhões de toneladas, 18.61 milhões de toneladas acima do total produzido na safra anterior. Após um ano de quebra na safra, o atual ciclo tende a recuperar a produtividade média das lavouras.

Para esta safra, é esperado um desempenho médio de 3.509 quilos por hectare, em relação aos 3.201 quilos por hectare registrado em 2023/24. O plantio da oleaginosa ocorreu de forma concentrada, principalmente, a partir do final de outubro. Com isso, a colheita também deve ocorrer, em sua maior parte, a partir do final de janeiro. As condições climáticas, no período analisado, vêm favorecendo a cultura até o momento, mas a Conab ainda mantém as atenções para os efeitos do comportamento climático até a finalização dos trabalhos de colheita do grão.

Com o segundo maior volume de produção, o milho deve registrar uma colheita total de 119.6 milhões de toneladas em 2024/25, 3,30% acima da temporada anterior. Para a primeira safra do cereal é estimada uma redução de 6,40% na área plantada. Por outro lado, a produtividade média deve aumentar 4,80%, chegando a 6.062 quilos por hectare.

As precipitações frequentes, intercaladas com períodos de sol, favoreceram o desenvolvimento da cultura nas principais regiões produtoras. Com isso, é estimada uma colheita de 22.53 milhões de toneladas. Já os plantios da segunda e terceira safras do grão têm início a partir deste mês e abril, respectivamente.

No caso do arroz, o plantio para o ciclo 2024/25 ultrapassa 90% da área total para esta safra nas principais áreas produtoras do País, estimada em 1.75 milhão de hectares, o que representa um aumento de 8,50%. Além da maior área plantada, a Conab também espera uma recuperação nas produtividades médias das lavouras no País, saindo de 6.584 quilos por hectare para 6.869 quilos por hectare. Essa combinação de fatores leva a expectativa de um aumento de 13,20% na produção, estimada em 11.99 milhões de toneladas.

Importante dupla do arroz no prato dos brasileiros, a produção total de feijão também deve registrar um aumento de 4,90%, sendo estimada em 3.4 milhões de toneladas, a segunda maior safra dos últimos 15 anos, perdendo apenas para a temporada 2013/14. O resultado acompanha tanto o aumento de área como de produtividade. Apenas na primeira safra da leguminosa, a colheita tende a registrar um aumento de 15,50%, estimada em pouco mais de 1 milhão de toneladas. A colheita deste primeiro ciclo da cultura está em andamento, com 19,40% concluída na primeira semana de janeiro.

Para o algodão, a Conab estima um aumento de 3,20% na área a ser plantada, quando comparada com a última safra, sendo estimada em 2 milhões de hectares. Já a estimativa é de uma produção de pluma em 3.7 milhões de toneladas, figurando entre as maiores já registradas na série histórica caso o resultado se confirme.

Já no caso das culturas de inverno, a colheita da safra 2024 está encerrada. Para o trigo, principal produto cultivado, a produção foi estimada em 7.89 milhões de toneladas, 2,60% abaixo da colhida na safra de 2023. Essa queda foi ocasionada, principalmente, pela redução de 14,20% na área de plantio nos estados da região Sul, aliada ao comportamento climático desfavorável durante todo o ciclo da cultura no Paraná e nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Mercado

Com a quebra de safra de soja registrada no ciclo 2023/24, as exportações da oleaginosa no ano passado totalizaram 98.6 milhões de toneladas. Do farelo, foram exportadas 22.9 milhões de toneladas e do óleo 1.35 milhão de toneladas. Já com a recuperação na colheita da soja para este ciclo, a Conab também prevê um aumento nos embarques neste ano. Para a safra 2024/25, as exportações do grão devem totalizar 105.47 milhões de toneladas. As exportações de farelo foram mantidas em 22 milhões de toneladas e as de óleo em 1.4 milhão de toneladas.

No milho, a Companhia realizou um ajuste nas exportações do cereal na safra 2023/24, agora estimadas em 38.5 milhões de toneladas. Com um consumo estimado próximo as 83.57 milhões de toneladas, a expectativa é que o estoque final do produto fique em torno de 2.5 milhões de toneladas. Para a temporada 2024/25, as exportações estão estimadas em 34 milhões de toneladas, enquanto que o consumo tende a ficar em 86.4 milhões de toneladas. Com o aumento na produção, os estoques tendem a registrar recuperação e fechar em 3.5 milhões de toneladas no final do atual ciclo, garantindo o abastecimento interno, sobretudo do setor de proteína animal.

Para o arroz, o consumo foi atualizado para 10.5 milhões de toneladas, volume próximo da média de consumo dos últimos 5 anos do setor orizícola. Sobre a Balança Comercial do produto na safra 2023/24, com os preços internos operando acima das paridades de exportação, na maior parte do período de comercialização, aliado à menor disponibilidade interna e a recomposição produtiva norte-americana, a estimativa é de uma redução dos volumes exportados para 1.5 milhão de toneladas pelo Brasil.

Já para a safra 2024/25, em meio à projeção de recuperação produtiva e arrefecimento dos preços para o próximo ano, estima-se um aumento das exportações de arroz brasileiro para 2 milhões de toneladas. Mesmo com o aumento dos volumes embarcados, os estoques finais no ciclo 2024/25 deve registrar uma recuperação para cerca de 1.28 milhão de toneladas no final de fevereiro de 2026.

Fonte: Conab
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