Produção de etanol hidratado aumenta 15,4% no centro-sul em meio a vendas aquecidas

O centro-sul do Brasil impulsionou a produção de etanol hidratado na segunda quinzena de novembro, apesar da menor disponibilidade de cana, uma vez que as vendas do biocombustível, usado diretamente nos tanques dos veículos, continuam aquecidas.

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), as usinas e destilarias da região produziram, na segunda metade de novembro, 500 milhões de litros de álcool hidratado – um aumento de 15,4% na comparação anual.

No total, somando-se também o anidro, misturado à gasolina, o centro-sul do Brasil produziu 800 milhões de litros de etanol na segunda quinzena de novembro, o que representa um incremento de 0,6% em relação a igual período do ano passado.

Essa produção leva em conta um mix de 63,2% da oferta de cana para o álcool e de 36,8% para açúcar, cuja produção na quinzena recuou 35,4%, para 734.000 toneladas.

“Nos meses finais do ciclo agrícola é natural que a produção de açúcar diminua. Neste ano, entretanto, essa condição foi intensificada pelos preços relativos entre o açúcar e o etanol mais atrativos a esse último e pelas condições no mercado de combustíveis, as quais permitiram um avanço considerável nas vendas de etanol”, afirmou em nota o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

Ao longo do segundo semestre, a comercialização de etanol cresceu com força no Brasil, resultado de altas tributárias maiores para a gasolina. Em novembro, as unidades produtoras do centro-sul venderam um total de 2.33 bilhões de litros de etanol anidro e hidratado para os mercados interno e externo, com aumento de 19% na comparação anual.

Considerando apenas a comercialização doméstica de hidratado, foram 1.46 bilhão de litros no mês passado, com crescimento de 40% em relação a novembro de 2016.

“Esse expressivo volume de etanol hidratado vendido em novembro mostra que existe forte potencial de demanda pelo produto”, disse Rodrigues, avaliando que o ritmo de venda deve permanecer consistente também neste mês, frente à maior competitividade do biocombustível em relação à gasolina.

Menor moagem

A maior produção de etanol ocorreu em meio a um cenário de menor oferta de matéria-prima. A moagem de cana no Centro-Sul na segunda quinzena de novembro recuou 22,6%, para 15.2 milhões de toneladas, levando o total no acumulado da safra 2017/18 para 568.2 milhões de toneladas (queda de 2,3%).

“Essa queda na moagem se deve às chuvas, que dificultaram a colheita em importantes áreas canavieiras, e ao encerramento da safra por diversas unidades”, afirmou Rodrigues. Até 30 de novembro, 147 usinas e destilarias haviam finalizado suas atividades no centro-sul, contra 167 a um ano.

Pela projeção de safra da Unica, o centro-sul ainda teria cerca de 17 milhões de toneladas de cana para moer na temporada atual, encerrada em março.

 

Fonte: Reuters

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