Em seu primeiro relatório sobre as tendências da produção chinesa de carne de frango no próximo exercício, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sugere que o volume produzido deve recuar cerca de 3%. Isto depois de as avaliações locais indicarem que a produção do corrente exercício deve apresentar crescimento “zero”, permanecendo nos mesmos níveis de 2023.
O USDA explica existirem duas razões para esse fraco desempenho, ambas relacionadas à ocorrência da Influenza Aviária. De um lado, houve redução na importação de reprodutoras fornecidas por países afetados pela doença. De outro, vem ocorrendo redução na comercialização de aves vivas, medida que tenta conter, internamente, a disseminação da Influenza Aviária. E isto afeta diretamente a produção do frango “caipira” chinês, que o USDA identifica como “linhagem amarela”, em oposição à “linhagem branca”, os híbridos modernos, todos importados.
Para compensar a menor produção, a China vem aumentando a importação de carne de frango. O incremento previsto para este ano está próximo de 18,5% e deve prosseguir em 2024, mas em níveis mais moderados – 2,67% a mais que em 2023. Mesmo assim, as 770 mil toneladas sugeridas ficam aquém das (cerca de) 800 mil toneladas de 2021 ou do (quase) milhão de toneladas de 2020.
Notar que em nenhum desses volumes estão inclusos pés/patas de frango, que a China importa em grande quantidade. Mas números preliminares do primeiro semestre indicam importação próxima de 300 mil toneladas, 30% das quais fornecidas pelo Brasil.
A propósito, o USDA também relaciona os principais fornecedores de carne de frango da China no primeiro semestre de 2023 e – desconsiderando pés/patas de frango e sem mostrar o volume importado – aponta que o Brasil atende quase dois terços (64%) das importações chinesas, sendo seguido pelos EUA, com outros 17% (gráfico abaixo, à direita).
E já que se falou em Brasil: frente às atuais projeções do USDA para a China no triênio 2022/2024, o Brasil permanece como segundo produtor mundial de carne de frango, visto que (números da ABPA) produziu 14,524 milhões de toneladas em 2022, tende a produzir entre 14,800 e 14,950 milhões de toneladas em 2023 e, seguindo em expansão, pode chegar aos 15,5 milhões de toneladas em 2024.
