Produção agroindustrial voltou a recuar em julho

Chegou ao fim uma sequência de quase um ano de variações positivas do Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro).

Em julho houve uma queda de 4,30% em relação ao mesmo mês de 2020, determinada pela piora de resultados no segmento de produtos alimentícios e bebidas, que registrou baixa de 11,10%, e também no ramo de produtos não-alimentícios, cuja alta arrefeceu e ficou em 4,50%.

Foi a primeira retração do indicador desde junho do ano passado e o pior desempenho em um mês de julho desde 2015.

O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.

O FGV Agro ressalta que a base de comparação interanual permanece contaminada pelos reflexos da pandemia e que em julho de 2020 houve um dia útil a mais, o que tem influência sobre as variações. Mas destaca que o indicador também recuou 1,50% em julho em relação a junho, considerando os ajustes sazonais e a segunda queda consecutiva na comparação com o mês imediatamente anterior.

“O setor agroindustrial ainda sofre as consequências das medidas mais intensas adotadas nos momentos mais árduos da pandemia. Assim, mesmo com o avanço da vacinação e do relaxamento das medidas de isolamento social, a agroindústria (bem como os demais elos industriais), depara-se com aumento dos custos e desorganização da cadeia produtiva”, indicou o FGV Agro.

Inflação

“Além disso”, continua a análise, “o processo inflacionário vem reduzindo a renda real das famílias que, ao mesmo tempo, contam com um mercado de trabalho desaquecido, com elevado desemprego. Tudo isso colabora para a queda do consumo e, consequentemente, da produção.”

De janeiro a julho, o PIMAgro ainda registrou uma variação positiva de 5,10% em relação ao mesmo período do ano passado. Para 2021 como um todo, é esperada uma alta entre 3,20% e 7,40%.

Em julho, a queda de 11,10% do segmento de produtos alimentícios e bebidas foi liderada pelas bebidas (- 15,20%), sobretudo alcoólicas (- 16,80%). No caso dos alimentos, a redução foi de 10,30%, com destaque para o tombo dos produtos de origem vegetal (- 17,10%).

Para a alta de 4,50% do grupo de produtos não-alimentícios, pesaram sobretudo os aumentos nas áreas de borracha (15,50%) e têxteis (13,90%).

 

 

Fonte: Valor

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