O Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro), calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), voltou a registrar variação negativa em julho, determinada por retrações tanto no grupo formado por produtos alimentícios e bebidas quanto na área de produtos não alimentícios.
Segundo levantamento recém-concluído, a queda em relação ao mesmo mês de 2018 foi de 2,80%. O indicador é calculado com base em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
No grupo de produtos alimentícios e bebidas, a baixa foi de 3,30%, puxada sobretudo pelas bebidas, cuja produção recuou 8%. Entre os alimentos de origem vegetal houve variação negativa de 7,80%, influenciada, segundo o FGV Agro, pelo encolhimento na atividade de refino de açúcar.
Entre os não alimentícios, houve queda de 2,20% na média ponderada, com destaque – negativo – para as reduções verificadas nas áreas de produtos florestais (9,50%), biocombustíveis (5,80%) e borracha (1,30%).
No acumulado dos primeiros sete meses de 2019, a pequena variação positiva que dava o tom até junho por causa do forte avanço de maio (no mesmo mês de 2018 houve a greve dos caminhoneiros, daí a alta expressiva), desbotou e o resultado passou a ser negativo (0,30%), por causa dos produtos não alimentícios (queda de 1,30%), apesar da alta de 0,50% entre os produtos alimentício e bebidas.
O FGV Agro ressalvou que os resultados das agroindústrias seguem melhores que os da indústria em geral, cuja produção recuou 1,70% de janeiro a julho deste ano na comparação com o mesmo período de 2018, pressionada pelos reflexos dos problemas enfrentados pela Vale no desempenho da indústria extrativa.
E os resultados das agroindústrias poderiam ter sido melhores, não fosse a menor produção física no segmento sucroalcooleiro, como apontaram os recuos recentes observados para biocombustíveis e refino de açúcar.
Valor Econômico