Após quase um ano de variações positivas, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) caiu em agosto pelo segundo mês seguido.
Na comparação com o mesmo mês de 2020, a queda foi de 3,20%, considerados os ajustes sazonais. Em relação a julho, a retração foi de 0,40%. Ainda assim, o indicador acumulou uma variação positiva de 3,80% nos oito primeiros meses de 2021 e deverá encerrar o ano com alta frente ao ano passado.
“A distância em relação ao mês pré-pandemia vem aumentando. Ou seja, a produção da agroindústria, em julho de 2021, estava 4,70% menor que a de fevereiro de 2020; em agosto, a diferença foi para 5,10%”, indicou o FGV Agro.
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
“Por conta das turbulências causadas pela pandemia, a agroindústria (como os demais elos industriais) se depara com aumento dos custos, com a desorganização da cadeia produtiva e dificuldade de acesso à algumas matérias primas”, indicou o centro de pesquisas da FGV.
“O processo inflacionário continua reduzindo a renda real das famílias e o mercado de trabalho ainda se mostra desaquecido. A perda de ritmo da economia brasileira, bem como a do mundo, tem impactado negativamente o setor.”
Em agosto, mais uma vez, a baixa do PIMAgro em comparação ao mesmo mês do ano passado, foi puxada pelo segmento de produtos alimentícios e bebidas, que recuou 7,20%.
No caso dos alimentos, a redução foi de 7,30%, e no das bebidas chegou a 6,40%. Mas o FGV Agro ressalta que, em relação a julho, houve alta de 0,90% após dois meses de quedas nesse tipo de comparação com o mês imediatamente anterior.
No grupo de produtos não alimentícios, houve alta na comparação com agosto de 2020, mas a variação observada (1,60%) foi a menor do ano. Ante julho, a variação foi negativa (1,80%).
“O segmento de produtos não-alimentícios está operando em um nível 3,70% inferior ao período pré-pandemia (…) Até maio de 2021, a produção do segmento era maior do que a de fevereiro de 2020, mas a situação foi piorando”.
Fonte: Valor
Equipe SNA