O mercado do café no sul de Minas deve registrar uma safra com produção recorde em 2018. As primeiras previsões apontam para uma supersafra de 65 milhões de sacas. O número equivale a 20 milhões de sacas a mais do que foi produzido neste ano, segundo dados da Companha Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo Archimedes Coli Neto, presidente do Centro de Comércio de Café de Minas Gerais, se esse número se confirmar, o Brasil poderá produzir café acima da demanda. Isso deve ajudar no posicionamento do mercado, mas pode desvalorizar o preço da saca.
“O Brasil tem uma demanda de 55, 56, até 57 milhões de sacas/ano nos últimos cinco anos. Isso nos leva a crer que o país está produzindo isso ou mais um pouco, porque todo ano sobra um pouquinho de café. Então essas previsões que nós temos aí, de 40, 42, 43 milhões de sacas, estão furadas. Isso é certo”, afirmou Neto.
“Como nós podemos então calcular a próxima safra? O próprio produtor vai analisar a sua lavoura e ver se a safra dele está melhor que a do ano anterior, tomando por base que nós temos tido safras acima de 55 milhões de sacas”, disse.
Mas nem todos acreditam que a produção será tão expressiva. André Luiz Garcia, engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, declarou que, para os cafezais renderem dessa maneira, seriam necessárias condições ideais, principalmente de clima. E que, devido ao fato de algumas regiões terem enfrentado um longo período de estiagem, parte das lavouras não devem produzir tanto.
“A gente está observando que tem lavouras boas que vão refletir numa excelente produtividade, mas a gente também tem muitas lavouras que sentiram a seca e vão ter limitação dentro do que elas poderiam estar produzindo”, disse o engenheiro.
Fonte: G1