Produzir mais sem expandir área continua a ser um desafio para os produtores brasileiros. Nos últimos 30 anos, com a adoção de novas tecnologias e a incorporação de espaços para a atividade agrícola, as taxas de crescimento da produtividade se mostraram bastante elevadas.
Para o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga, o quadro atual merece outra análise. “O crescimento da produção com base em ganhos de produtividade permanecerá. Mas é pouco provável que nossa produtividade continue aumentando com as mesmas taxas de crescimento das últimas décadas. Os ganhos de produtividade baseados em novas tecnologias continuarão, mas serão menores”, afirma.
Segundo Alvarenga, o aumento da produção será possível por meio da recuperação de áreas degradadas e dos ganhos de produtividade nas áreas de pastagens. No entanto, acrescenta: “É preciso haver também a incorporação de novos espaços ao processo produtivo para permitir ao nosso país aproveitar seu potencial como fornecedor de alimentos para o mundo”.
Quanto ao caráter ambiental dessa expansão, o presidente da SNA acredita que a agricultura continua a evoluir de maneira sustentável. “O Brasil ainda tem muitas áreas produtivas que podem ser exploradas sem danos ao meio ambiente. Somos campeões em produção, produtividade e sustentabilidade. Não há país no planeta que tenha as mesmas potencialidades em termos de produção e que dê mais atenção à preservação ambiental do que o Brasil.”
Seguro
Se, por um lado, produzir ainda é viável, a gestão de crises na agricultura – advindas de problemas como depressão de safra e queda nas exportações, por exemplo – ainda deixa a desejar, na opinião de Alvarenga. “O seguro agrícola ainda é incipiente no Brasil. Temos um longo caminho a percorrer. Nosso seguro está muito vinculado ao crédito. Precisamos incentivar o desenvolvimento de seguros da produção, para reduzir os riscos climáticos”, salienta.
Além disso, o presidente da SNA defende mais garantias ao homem do campo. “O produtor também precisa de seguros para os riscos de queda de preços e câmbio, para assegurar sua remuneração e minimizar eventuais prejuízos decorrentes da volatilidade desses mercados. Os produtores devem ainda utilizar mais e melhor os instrumentos financeiros disponíveis na comercialização das commodities”.
Por Equipe SNA/RJ