A AgResource Brasil estima que a safra 2022/23 de soja foi ligeiramente maior do que a indicada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Assim, consolidou seu número em 155.05 milhões de toneladas para a safra de 2022/23, somente 0,29% maior do que as atuais 154.60 milhões de toneladas estimadas pela entidade.
Já para a safra 2023/24, a consultoria é mais cautelosa do que as demais empresas de análise vêm estimando. Desta forma, projeta que o Brasil deverá produzir 159.40 milhões de toneladas, cerca de 3 milhões de toneladas a menos da média estimada pelo mercado.
Preocupações com o clima
A estimativa da AgResource Brasil é cautelosa devido à preocupação com as condições climáticas que estão previstas para o início da safra de soja nesta temporada.
Segundo o Diretor-Geral da consultoria, Raphael Mandarino, os modelos climáticos vêm prevendo um aumento do calor e diminuição de chuvas para vários estados importantes, como Mato Grosso e Goiás na 1ª quinzena de setembro.
Imagem: Divulgação AgResource Brasil
“Isso pode trazer atrasos, replantios e acabar impactando o milho da safrinha do ano que vem”, disse.
No entanto, mesmo com esses problemas, se estima um recorde na produção. Mandarino lembra que a participação da Argentina no mercado, com ao menos 40 milhões de toneladas de soja, trará um cenário parecido, ou pior, em relação aos preços no auge da colheita do que o observado neste ano.
Produção de milho
Imagem: Divulgação AgResource Brasil
A AgResource Brasil também revisou as suas estimativas do mês de setembro da produção de milho na safra 2022/23 para 133.63 milhões de toneladas, aumento de 1,15% em relação ao mês anterior (132.11 milhões de toneladas em agosto).
Segundo Mandarino, o principal motivo do aumento com relação à estimativa anterior são os “pequenos refinamentos de área e produtividade em alguns estados do País”.
O número consolidado pela empresa é maior que as 129.96 milhões de toneladas do relatório de agosto da Conab.
Para o Diretor-Geral, a Conab deve aumentar a estimativa da produção total em seu próximo relatório, considerando as exportações aquecidas e os line-ups atuais, que projetam uma alta demanda.
“Também deve manter o protagonismo das exportações de milho ao Brasil no período de setembro a novembro”, disse.
Até o mês de agosto, a AgResource Brasil trabalhava com uma estimativa de exportação de 54 milhões de toneladas. Agora, estima em 56 milhões de toneladas como uma possibilidade real, ou até superior, dependendo da logística.