Os prejuízos da Helicoverpa spp. para os produtores de soja em Mato Grosso já chegam perto de R$ 1 bilhão. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que o custo adicional para conter a praga alcançou a média de R$ 118, 07 por hectare até o momento atual da safra – ou R$ 985,78 milhões.
Em todo o estado, o índice médio de perdas nos campos de soja é de 3%, o que resulta num aumento de 4,3% nos custos de produção para o produtor – ou R$ 85,02 a mais por hectare. Esse percentual corresponde às três aplicações extras de defensivos que são demandadas quando há incidência da lagarta. Somente esse custo adicional soma R$ 707,04 milhões.
Além dos prejuízos financeiros ao produtor, a Helicoverpa resulta também em queda de produtividade. Nesta época do ciclo, a projeção do Imea é de que 2,9 milhões de hectares já estejam colhidos. Nessa área, considerando a incidência média da lagarta, a estimativa é de uma queda na produtividade de 1,6 saca por hectare. Em outras palavras: uma perda de 278,28 mil toneladas de soja, ou R$ 224,89 milhões.
Os números do Imea foram contabilizados a partir de um diagnóstico realizado pela Superintendência Federal de Agricultura em Mato Grosso (SFA/MT), em parceria com a Aprosoja. O objetivo era levantar o prejuízo causado pela Helicoverpa spp. nas lavouras de soja de Mato Grosso.
O estudo foi coordenado pelo doutor e pesquisador Wanderlei Dias Guerra, e considerou as variedades de soja super precoce e precoce, que têm ciclo de 90 a 105 dias. Tendo como universo apenas a soja que será colhida até a metade do mês de fevereiro, em 35% da área de soja no estado, o diagnóstico indicou uma perda média de 3% nas lavouras.
Orientação
O diretor técnico da Aprosoja, Nery Ribas, observa que os prejuízos só não foram maiores porque houve um trabalho de orientação ao produtor entre a associação e entidades do setor produtivo, que trabalharam em conjunto. “Divulgamos como identificar a incidência da Helicoverpa e que cuidados devem ser tomados, como o Manejo Integrado de Pragas (MIP)”.
De acordo com o Imea, os ataques não são generalizados no Estado, mas já apresentam os primeiros prejuízos. Porém, como nessa safra as lavouras estão com ótimo desenvolvimento, os prejuízos já ocorridos podem ser ofuscados devido à boa produtividade.
Fonte: Aprosoja