Preços do café arábica despenca em junho, enquanto os do arroz mostram reação

Os preços no mercado interno do café arábica recuaram com força em junho. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 825,59/saca de 60 kg no dia 30, expressiva queda de 16,70% (ou de R$ 165,46por saca) no acumulado do mês. Segundo pesquisadores do CEPEA, a pressão veio do avanço da colheita da variedade no Brasil, das boas expectativas de produção na safra 2023/24 e das condições climáticas bastante favoráveis aos trabalhos nos cafezais.

Para o robusta, as cotações iniciaram junho em alta e se mantiveram firmes ao longo da primeira quinzena do mês, sustentadas pelo consenso entre agentes em relação à queda de produção da variedade. No entanto, com a pressão de compradores e com as quedas externas, os preços passaram a recuar. No mês, o Indicador do café robusta CEPEA/ESALQ caiu 8%, fechando a R$ 644,31 a saca de 60 kg no dia 30.

Arroz

Os preços do arroz em casca reagiram na última semana de junho, encerrando o mês na casa dos R$ 82,00 a saca de 50 kg. Segundo levantamento do CEPEA, este cenário esteve atrelado à tímida alta do dólar, que elevou o interesse do vendedor em negociar o arroz com o mercado externo. Assim, nos últimos dias do mês, algumas tradings estiveram mais ativas, buscando lotes de arroz para atender aos contratos de exportação.

Em junho, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) oscilou entre R$ 81,36 a saca de 50 kg e R$ 82,70 a saca de 50 kg, ou seja, o preço máximo ficou apenas 1,70% acima do mínimo. A média mensal foi de R$ 81,92 a saca de 50 kg, 3,80% inferior à de maio/23, mas 12,70% acima da de junho/22, em termos nominais.

Algodão

Os preços domésticos do algodão em pluma recuaram 12,50% em junho, voltando para os patamares de meados de outubro/20. Segundo pesquisadores do CEPEA, a pressão veio das menores cotações registradas para a pluma posta na Ásia e também da desvalorização do dólar, que reduziram a paridade de exportação. De um modo geral, mesmo que ainda haja dificuldade em acordar preço e/ou qualidade entre comprador e vendedor, o maior impasse está no desempenho das vendas ao longo da cadeia, o que limita as negociações no mercado spot e também mantém traders apreensivos para realizar contratos a termo envolvendo grandes volumes. Boa parte dos cotonicultores tem se mantido afastado de novas negociações, em função do mercado baixista. As estimativas de que a nova safra seja volumosa reforçam a pressão sobre os preços domésticos.

Fonte: CEPEA
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