A fortíssima alta de 1,48% do dólar, somada a uma pequena elevação dos prêmios nos portos brasileiros (3,28% em Rio Grande e 2,56% em Paranaguá) compensaram a queda de 1,71% de Chicago ontem (28/08). Com isto, o Indicador Cepea subiu 0,20% nos portos para R$ 90,47/saca, elevando a alta mensal de agosto de 1,05% para 1,06% e no interior para R$ 85,24/saca, elevando a alta mensal dos preços da soja para 2,53%.
Segundo a T&F Consultoria Agroeconômica, no mercado físico houve muitas movimentações, conforme a necessidade. Uma empresa entrou no mercado comprando cerca de 10.000 tons para embarque imediato aos níveis de R$ 73,00 FOB e pagamento no final de setembro, na Bahia.
Os produtores estão muito divididos em suas opiniões. Enquanto alguns entendem a dificuldade pela qual a comercialização está passando (e assim colocam volumes à venda), muitos outros permanecem na dúvida e perdem o interesse. No MT foram negociadas cerca de 15.000 toneladas no sul do estado, segundo o analista Luiz Fernando Pacheco.
Por outro lado, há aqueles produtores que não entendem a razão do mercado estar assim e chegam a cobrar as empresas por não comprarem. Neste caso, alegam falta de vontade de não buscar demanda e não auxiliar o produtor no escoamento da safra, acreditando que precificam o produto abaixo do que o mercado poderia estar pagando e, com isso não vendem, aguardando preços melhores.
“Isto mostra o acerto de nossas recomendações, feitas desde maio último, de se aproveitar os bons preços ao redor de R$ 80,00/saca naquela época. Se aproveitados, e se não tiverem sido usados na compra de insumos (que é sempre a melhor aplicação possível para o sojicultor), mas colocados em aplicações no mercado financeiro, o resultado seria bem melhor do que o apresentado hoje de um modo geral”, disse Pacheco.
“Mesmo assim, os preços ainda estão altos e lucrativos e podem continuar dessa forma, já que estamos entrando na entressafra da soja no Brasil”.
Fonte: Agrolink
