Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em leve alta, com os principais vencimentos registraram ganhos de 0,25 a 0,75 centavos. O novembro/18 fechou cotado a US$ 8,44 ¼ e o janeiro/19 a US$ 8,57 o bushel.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta dando sequencia ao movimento de correção iniciado na sexta-feira, recuperando parte das perdas da semana anterior. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 4,00 a US$ 4,60. O outubro/18 fechou cotado a US$ 309,20 e o dezembro/18 a US$ 311,20 a tonelada curta.
O mercado, segundo analistas e consultores internacionais, se comportou de forma técnica, encontrando espaço para uma recuperação. Além disso, a movimentação dos negócios no mercado físico norte-americano também influencia neste momento.
“Os produtores venderam soja no físico para abrir espaço nos armazéns. Agora retraem venda por entrar em colheita. A falta de interesse na venda coloca o lado comprador na necessidade de alavancar preços. CBOT precifica mercado físico americano, sem dúvida alguma”, disse Matheus Pereira, analista da AgResource MERCOSUL.
O que ainda limita as cotações, por outro lado, é a boa conclusão da nova safra americana e a pressão que o início da colheita pode exercer sobre as cotações, bem como as questões comerciais que ainda rondam o mercado internacional. Tanto a guerra comercial entre EUA e China, quanto as negociações sobre o Nafta.
Por outro lado, há expectativas de uma maior demanda pela soja dos EUA depois que a China anunciou taxações sobre suas exportações do complexo soja e dos grãos. A medida poderia ampliar e otimizar a competitividade da soja americana e dar algum suporte às cotações.
“Pressão sazonal da aproximação do período de colheita da safra recorde no centro-oeste americano e suporte da expectativa de demanda nova para soja dos EUA”, disse o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.
Após o fechamento o USDA divulgou que 66% das lavouras da oleaginosa estão em bom/excelente condições, 23% em condições regulares e 11% em condições ruins ou muito ruins. Os percentuais são os mesmos da semana anterior.
Há ainda 16% das lavouras de soja na fase de derrubada das folhas, contra 7% da semana anterior, 10% do ano passado e 9% de média.
Exportações EUA
Na semana encerrada em 30 de agosto, os EUA embarcaram 769.357 toneladas de soja, contra expectativas de 680.000 a 980.000 toneladas. No acumulado do ano comercial, os embarques somam 56.279.551 toneladas contra pouco mais de 57.8 milhões de toneladas no ano passado.
No Brasil
Os preços da soja no Brasil subiram de forma quase generalizada nesta terça-feira, acompanhando os altos valores dos prêmios, principalmente para o produto disponível , e o dólar, que segue acima dos R$ 4,10.
No porto de Paranaguá, a saca no mercado disponível subiu 4,35% para R$ 96,00, enquanto em Rio Grande foi cotada a R$ 92,00, em alta de 0,55%.
Para a safra nova, a alta também foi significativa, de 1,18%, e a saca foi cotada a R$ 86,00 também em Paranaguá. Em Rio Grande, ao longo do dia, a saca para entrega em maio/19 e pagamento para o início de junho, foi cotada a R$ 88,00. Para entrega em junho/19 e pagamento no final do mesmo mês foi cotada a R$ 89,00.
A composição de câmbio e prêmios continuou sendo o principal combustível para os preços da soja no mercado nacional, segundo o analista Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora. De Chicago, as reações não deverão ocorrer em um espaço curto de tempo, uma vez que o mercado internacional ainda sente a pressão de uma grande oferta vinda dos EUA, onde a colheita está prestes a ser iniciada, e da guerra comercial ainda em curso dos americanos com os chineses.
Somente nesta terça-feira, diante dessa falta de reação das cotações externas e de uma demanda forte pela soja do Brasil, os prêmios subiram entre 1,56% e 4,88% nas posições para entrega em outubro/18 e novembro/18,para US$ 2,10 e US$ 2,15 acima da Bolsa de Chicago.
Milho: Com compras técnicas e de olho no clima nos EUA, mercado fecha em alta na CBOT
Os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago fecharam em alta dando sequencia ao movimento de correção iniciado na sexta-feira. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,50 a 3,50 centavos. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 3,68 ¼ e o marçoo/19 a US$ 3,79 ¾ o bushel.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em forte baixa devolvendo os ganhos de sexta-feira. Os principais vencimentos registraram quedas de 14 a 15,75 centavos. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 5,31 ½ e o março/19 a US$ 5,51 ½ o bushel.
Segundo a Reuters, as cotações encontraram suporte no movimento de compras técnicas. “Embora os ganhos tenham sido limitados pelas expectativas de uma colheita abundante nos EUA nas próximas semanas”, informou a agência.
Já o portal Farm Futures reforçou que “o clima chuvoso em todo o Meio-Oeste e Centro-Sul dos EUA para concluir essa semana deu aos comerciantes uma desculpa para dar aos futuros de milho um pequeno solavanco para começar a semana”.
Após o fechamento o USDA divulgou que 67% das lavouras de milho estão em boas ou excelentes condições, contra 68% da semana anterior. As lavouras em condições regulares passaram de 20% para 21% e as que estão em condições ruins ou muito ruins permaneceram em 12%.
Na fase de maturação estão 22% das lavouras norte-americanas, contra 10% da semana anterior, 11% do ano anterior e 11% de média dos últimos cinco anos.
Exportações EUA
Na semana encerrada em 30 de agosto, os EUA embarcaram 1.334,565 milhão de toneladas, ligeiramente acima das expectativas que variavam de 890 mil a 1,3 milhão de No ano comercial, os embarques totalizam 57.732.863 toneladas contra 56.9 milhões de toneladas no ano comercial anterior.
Os Estados Unidos embarcaram também 391.920 toneladas de trigo, enquanto o mercado esperava de 330.000 a 540.000 toneladas. Com esse volume, o acumulado no ano comercial já soma 5.235.208 toneladas contra mais de 7 milhões de toneladas no ano comercial anterior, nesse mesmo período.
O foco do mercado também permanece na safra dos EUA, em meio à proximidade do início da colheita. O USDA atualiza as informações sobre a produção do país no final da tarde desta terça-feira.
Mercado interno
Segundo o levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Castro (PR), a saca subiu 5,26%, sendo cotada a R$ 40,00.
Por outro lado, em Campinas (SP), a saca recuou 4,69%, cotada a R$ 40,60. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 3,23%, com a saca cotada a R$ 30,00. Já no Porto de Paranaguá, a saca no mercado futuro, para entrega em setembro/18, caiu 2,27% e foi cotada a R$ 43,00.
Segundo dados da Scot Consultoria, os preços continuam firmes no mercado doméstico. Apesar da finalização da colheita do milho safrinha no Brasil, a oferta menor nesta temporada, a forte valorização do dólar e a maior movimentação para exportação ainda dão suporte aos preços, informou em nota.
“Contudo quedas pontuais não estão descartadas no início do início do mês de setembro devido a ponta vendedora estar ofertando mais. Esta maior intenção de venda do lado vendedor é um fator limitante para as altas de preços no mercado interno”, informou a consultoria.