Segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, os preços da soja caíram no Brasil em 2017 para os menores patamares reais desde 2011. Os fatores apontados são a maior área cultivada no Brasil e nos Estados Unidos, produtividade bem acima da média em ambos os países, safra volumosa na Argentina e a relação estoque/consumo final mundial, recorde.
“Enquanto a produção mundial cresceu 12% entre as safras 2015/16 e 2016/17, o consumo aumentou menos de 4,6%. Nos Estados Unidos, a oferta da temporada 2017/18 (colhida em 2017) foi 3% maior, deixando os estoques de passagem ainda mais abundantes. A temporada 2016/17 brasileira, por sua vez, somou 114 milhões de toneladas de soja, um recorde e 18% acima do produzido na safra 2015/16, conforme dados do USDA e da Conab”, informa o Cepea em relatório.
O consumo/esmagamento doméstico foi de 45.78 milhões de toneladas, segundo a Conab, 4,76% a mais que o da temporada passada. Houve aumentos de 3,23% nas produções de farelo e de óleo de soja, para 31.95 e 8.09 milhões de toneladas, respectivamente. Com os excedentes internos recordes, houve forte necessidade de exportar.
“O lado favorável é que as transações mundiais seguiram em alta, puxadas especialmente pela China, que comprou 10.2 milhões de toneladas a mais que em 2015/16, chegando a 93.5 milhões de toneladas de soja. E as compras da temporada 2017/18 seguem firmes. Apenas em 2017, a China adquiriu do Brasil 51.74 milhões de toneladas, equivalente a 78,6% do total das exportações brasileiras no ano anterior, cenário que limitou a queda nos valores domésticos”, aponta o Cepea.
Fonte: CEPEA