Após atravessar um ano de queda, o preço médio do bezerro está em ritmo de recuperação neste início de ano. De acordo com pesquisa realizada pelo Cepea, este foi o comportamento observado na maior parte dos 11 estados acompanhados pela Equipe de Pecuária da instituição.
Segundo pesquisadores do Cepea, estas recentes altas podem estar atreladas à maior demanda por reposição neste início de ano, que, por sua vez, se deve à recuperação nos preços da arroba do boi gordo no encerramento de 2017 e à melhora nas pastagens em muitas regiões produtoras.
A inversão de tendência ainda é recente, mas já traz esperança ao setor. Quando observados os números de 2017, a maior baixa no valor médio anual do bezerro chegou a 15% e foi verificada no estado de São Paulo, onde o preço do animal passou de R$ 1.338,06/cabeça em 2016 para R$ 1.138,26 em 2017. Já a menor queda, de 8,4%, foi observada no Paraná, com o animal passando de R$ 1.289,66 para R$ 1.181,28.
Vale destacar que houve queda na média de preços durante o ano de 2017 em todos os 11 estados quando feita a comparação com o ano anterior. Boa parte deste desempenho ruim se deveu aos desdobramentos da operação “Carne Fraca” e à delação da JBS, maior player do setor. Com isso, os valores da arroba recuaram com força naquele ano, principalmente no primeiro semestre: de janeiro a junho, a baixa do Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa foi de 15%, em termos nominais.
“Esse contexto pode ter desanimado produtores de recria, que deixaram de fazer a reposição (elevando a oferta de bezerro no mercado), e também os de cria, que teriam enviado vacas e novilhas para abate”, avalia a Equipe de Pecuária do Cepea.
POSSÍVEL RETOMADA
De dezembro de 2017 para janeiro deste ano, os preços do bezerro subiram ou se sustentaram em oito dos 11 estados. Os valores caíram apenas em Minas Gerais, Rondônia e Bahia.
Dentre os estados em que o bezerro se valorizou, a maior alta, de 4,2%, foi observada no Paraná, onde o animal registrou preço médio de R$ 1.172,22 em janeiro/18.
Equipe SNA/Rio